SOB O DIÁFANO VÉU DO ESQUECIMENTO...

SOB O DIÁFANO VÉU DO ESQUECIMENTO...

Quisera poder cobrir-me... esconder-me

sob o diáfano véu do esquecimento...

Para, assim, conseguir defender-me

dos ais do meu coração e do sofrimento!

Olho, intimidada, a incógnita do futuro.

Olho, assustada, a realidade do presente

e tudo me parece enigmático, obscuro...

Olho-me. Vejo que de tudo estou ausente!

Olho em frente. Nada enxergo. Só deserto...

A Vida está lá fora, mas de mim tão perto!

Interrogo-me, ausculto-me mas nada quero...

Nada quero, nada procuro, nada encontro...

Estou longe. Sou a essência do desencontro.

Voltar a ser e a viver é algo que já não espero!...

HELENA BANDEIRA
Enviado por HELENA BANDEIRA em 31/01/2006
Código do texto: T106631