Ondas negras
Entre as ondas do mar que longe vejo
O reflexo da lua sem constância
Recorda-me os caminhos do teu beijo
Querendo meu carinho com instância.
No negror de maresia onde solfejo
Melhor seria morrer em ignorância
Me perguntas, aquática: tens medo?
Lhe respondo, salgado: tenho ânsia!
Ondas negras, ondas negras, onduladas
Com lembranças de espuma entremeadas
Em beijos e sorrisos tão distantes!
No brilhar da lua cheia nas escadas
No clamor de sussurrantes madrugadas
Percebo que te quero mais que antes!