A esquina dos gatos
Naquela esquina modesta, feita em cotovelo,
Onde o espaço e o tempo tomam outro rumo
Havia muitos, muitos gatos. Quase um flagelo!
Gatos de todas as pelagens e de todo tamanho.
Lindos e bem nutridos felinos. Cada pelo...
Mas o cheiro, os miados, tirava-me o prumo.
Naquela esquina modesta, feita em cotovelo,
Onde o espaço e o tempo tomam outro rumo.
Hoje os gatos já não estão lá, nenhum gato.
Restou uma construção cinzenta, sem vida.
Tomada pelas heras e pela fuligem do tempo,
Que geme ao vento, como se estivesse ferida,
Naquela esquina modesta, feita em cotovelo.
Referência:
MALLMITH, Décio de Moura. A Esquina dos Gatos (Poesia). In Coletânea Internacional Gaya. Academia de Artes, Letras e Ciências “A Palavra do Século 21 – ALPAS 21”. Nurimar Bianchi & Ilda Maria Costa Brasil (Organizadores). p. 73. ISBN: 978-85-93147-31-9. Cruz Alta/RS: Editora Gaya, 2018.