PERGUNTA AO POETA
Eu te pergunto, ó poeta
O que tu tens de teu?
É a poesia que te exalta
Ou o que a fama prometeu?
Virás tu d’O Ateneu,
Flor da baixeza mais alta?
Eu te pergunto, ó poeta
O que tu tens de teu?
Quando sangras a folha com a pena de prata,
E escorrem nas linhas, como sumo do fruto que mordeu
O verso vazio e a palavra barata
Sentes-te assim inspirado por Apolo, tal como a Lira de Orfeu?
Eu te pergunto, ó poeta.