DORME, AMADA

Dorme, amada e não tenhas medo

De nunca mais despertar.

A viagem da ida sem volta

Tarda muito à ti chegar.

Dormes tarde e acordas cedo,

Assim, escreves errado por linha torta.

Dorme, querida. Cobre de pálpebras, sem medo

Teus olhinhos inquietos,

Não os deixe assim, por demasiadas vigílias abertos.

Dorme e não tenhas medo.

Acaso, noturnos mistérios trazem de volta segredos

Que te podem sufocar?

Dorme que ti asseguro:

Mesmo no mais cerrado escuro

Não existe ameaça à tua espera.

Cobre de pálpebras teus olhinhos. Não desespera.

Exorciza o temor de nunca mais despertar

A viagem de ida sem volta

A mil anos está de tua porta

Dorme amada, que irás para mim despertar.

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 09/07/2012
Reeditado em 11/07/2012
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