"História da Igreja", primeiro volume

 

Resenha do livro "História da Igreja: Idade Antiga", pelo Professor Felipe Aquino. Editora Cleofas, Lorena-SP, quinta edição, 2019 (primeira edição de 2015). Imprimatur: Dom Benedito Beni dos Santos, Bispo de Lorena.

Grande livro este do eminente missionário católico, Felipe Aquino; primeiro de uma trilogia. Abarca os cinco primeiros séculos da Igreja Católica. Abre com as significativas palavras do grande arcebispo norte-americano Fulton Sheen: "Talves não haja nos Estados Unidos uma centena de pessoas que odeiam a Igreja Católica, mas há milhões de pessoas que odeiam o que erroneamente supõem que seja a Igreja Católica".

Assim, de forma bastante metódica e séria, o Professor Aquino vai expondo o que foram as origens da Igreja, baseando-se inclusive em grandes historiadores como Daniel Rops. Apresenta as provas da historicidade da pessoa de Jesus Cristo, cuja existência real alguns teimam em negar, bem como a autenticidade dos Evangelhos.

Detalhe interessante está em depoimentos até de adversários da Igreja, como Rousseau:

"Se a vida e a morte de um Sócrates são as de um sábio, a vida e a morte de Jesus Cristo são as de um Deus."

Recapitulando o período antigo século por século, Aquino nos brinda com pequenas biografias dos chamados Padres da Igreja, ou seja, os grandes escritores (padres ou não) desses primeiros séculos, que edificaram a chamada Patrística, as monumentais obras que formaram o edifício teológico, apologético e filosófico da Igreja. Santo Inácio de Antioquia, Santo Ireneu, São Cipriano de Cartago, Santo Agostinho, São Cirilo de Jerusalém, São Leão Magno (papa), São Martinho de Tours, São Pedro Crisologo e outros gigantes da Fé perpassam pela obra.

Felipe Aquino demora-se no martirologio, nos concílios, na organização da Igreja, no papado, na paulatina conversão do Império Romano e na queda deste grande império, quamdo só restou de pé a Igreja Católica e esta acabou logrando também a conversão dos conquistadores bárbaros.

O autor também fala das heresias, de todo o sofrimento que elas causaram ao desvirtuarem a Fé, e de como a Igreja precisou lutar com todas as forças para não sucumbir perante tais deturpações. E fala da grande coragem dos mártires, inclusive crianças, que aceitaram a morte cruel (por exemplo, sob as garras das feras) a renunciar a Jesus Cristo. E como tais sacrifícios obtinham a conversão em massa de muitos cidadãos romanos, tocados por aquela fidelidade.

E citando Tertuliano, para quem "o sangue dos mártires é semente de novos cristãos", Aquino conclui: "Sem dúvida o martírio é algo sobrenatural". Constata-se assim a grande força que vem de Deus.

Obra valorosa, valiosa e necessária.

 

Rio de Janeiro, 2 de janeiro de 2021.