O Homem dos Círculos Azuis
Resenha:
O Homem dos Círculos Azuis – Fred Vargas
O autor deste livro é uma mulher: Fred Vargas. Francesa, arqueóloga de formação, tocadora de acordeão. Este é o seu segundo livro, o primeiro que tem como protagonista um delegado silvestre,seja lá o que isso for:: Jean- Bapiste Adamsberg. Os personagens de Fred Vargas são uma delícia. Enquanto lia o livro eu considerava como a minha vida é pobre de pessoas interessantes. Nunca conheci ninguém como eles, os personagens do livro. Adamsberg, , o protagonista é indescritível. Não consegui imaginá-lo.Homem maduro de idade, atrasado de nascimento, lento no pensar, falar e agir, feio e encantador ao mesmo tempo,incapaz de seguir os meandros da própria mente e rabiscador viciado. Danglard, seu inspetor favorito que, abandonado pela mulher criava quatro filhos de duas fornadas de gêmeos e um cuquinho. Mathilde, oceanógrafa de renome, habituada a seguir as pessoas interessantes que encontrava pelas ruas, levando-me inclusive a considerar a possibilidade de vir a fazer isso também, assim que me aposentar definitivamente. Um cego de impressionante beleza , uma velha que respondia a anúncios classificados na esperança de conseguir um noivo e o personagem que dá nome ao livro: o homem dos círculos azuis, indivíduo que traçava por toda Paris círculos de giz azul em torno de objetos aleatórios.Passei um dia traçando círculos imaginários por todos os lugares em que andei em minha cidade e imaginando o efeito que isso faria na cabeça das pessoas se eu passasse ao fato realmente. O que é muito improvável, porque tenho alergia a giz..
Ainda há um certo preconceito contra a literatura policial, considerada menor. Eu não concordo com isso. Os romances policiais são como qualquer outro romance: bons ou ruins, dependendo de quem os escreve e também de quem os lê. Fred Vargas tem um estilo peculiar. Sua linguagem é bem humorada e de fácil leitura, rendendo inclusive bons momentos de reflexão filosófica. Suas histórias são bem contadas. Começa assim: “Mathilde pegou a agenda e anotou: Esse sujeito sentado a minha esquerda está de gozação comigo” Mathilde tinha essa mania. Anotava tudo em um caderninho. Termina mais ou menos assim. (Não se preocupem, não vou contar o desfecho da história, apenas o fim do livro.)”Estou deitado em Lille. Perdi o meu paletó.(...) Não estou dormindo. Então, na cama há um tempão, vou pensando na vida” Sinceramente, com um começo e um final desses o livro só poderia ser soberbo. E eu, para pensar na vida, vou encerrando por aqui, mas não sem antes dizer, que a editora é a Companhia das Letras, responsável também pela edição de dois outros livros da autora: Fuja logo e demore para voltar( que já li) e O homem do avesso ( que pretendo ler). Acabo de antar isso em meu caderninho, que acabei de comprar: quero ver como se vira um homem pelo avesso.20/10/2007
Resenha:
O Homem dos Círculos Azuis – Fred Vargas
O autor deste livro é uma mulher: Fred Vargas. Francesa, arqueóloga de formação, tocadora de acordeão. Este é o seu segundo livro, o primeiro que tem como protagonista um delegado silvestre,seja lá o que isso for:: Jean- Bapiste Adamsberg. Os personagens de Fred Vargas são uma delícia. Enquanto lia o livro eu considerava como a minha vida é pobre de pessoas interessantes. Nunca conheci ninguém como eles, os personagens do livro. Adamsberg, , o protagonista é indescritível. Não consegui imaginá-lo.Homem maduro de idade, atrasado de nascimento, lento no pensar, falar e agir, feio e encantador ao mesmo tempo,incapaz de seguir os meandros da própria mente e rabiscador viciado. Danglard, seu inspetor favorito que, abandonado pela mulher criava quatro filhos de duas fornadas de gêmeos e um cuquinho. Mathilde, oceanógrafa de renome, habituada a seguir as pessoas interessantes que encontrava pelas ruas, levando-me inclusive a considerar a possibilidade de vir a fazer isso também, assim que me aposentar definitivamente. Um cego de impressionante beleza , uma velha que respondia a anúncios classificados na esperança de conseguir um noivo e o personagem que dá nome ao livro: o homem dos círculos azuis, indivíduo que traçava por toda Paris círculos de giz azul em torno de objetos aleatórios.Passei um dia traçando círculos imaginários por todos os lugares em que andei em minha cidade e imaginando o efeito que isso faria na cabeça das pessoas se eu passasse ao fato realmente. O que é muito improvável, porque tenho alergia a giz..
Ainda há um certo preconceito contra a literatura policial, considerada menor. Eu não concordo com isso. Os romances policiais são como qualquer outro romance: bons ou ruins, dependendo de quem os escreve e também de quem os lê. Fred Vargas tem um estilo peculiar. Sua linguagem é bem humorada e de fácil leitura, rendendo inclusive bons momentos de reflexão filosófica. Suas histórias são bem contadas. Começa assim: “Mathilde pegou a agenda e anotou: Esse sujeito sentado a minha esquerda está de gozação comigo” Mathilde tinha essa mania. Anotava tudo em um caderninho. Termina mais ou menos assim. (Não se preocupem, não vou contar o desfecho da história, apenas o fim do livro.)”Estou deitado em Lille. Perdi o meu paletó.(...) Não estou dormindo. Então, na cama há um tempão, vou pensando na vida” Sinceramente, com um começo e um final desses o livro só poderia ser soberbo. E eu, para pensar na vida, vou encerrando por aqui, mas não sem antes dizer, que a editora é a Companhia das Letras, responsável também pela edição de dois outros livros da autora: Fuja logo e demore para voltar( que já li) e O homem do avesso ( que pretendo ler). Acabo de antar isso em meu caderninho, que acabei de comprar: quero ver como se vira um homem pelo avesso.20/10/2007