A falta que você me faz - Joyce Carol Oates
Quando estou com um livro nas mãos gosto de pensar sobre ele. Uma das primeiras perguntas que me faço é: por que o comprei? Nunca havia lido nada desta escritora antes, embora soubesse de sua existência. Ao passar uma vista d´olhos sobre estantes e bancas de livros, além da vista d´olhos, passo também as mãos para sentí-lo melhor. E ao pegar este livro descobri que o título se referia a perda da mãe da protagonista, inspirado na morte da própria mãe da autora. Um outro comentário, este extraído do jornal The Washington Post,dizia que, com a morte de Susan Sontag e Joan Didion, Joyce C. Oates passara a ser considerada a primeira dama da literatura norte-americana. Ora, eu conheço alguma coisa dessas autoras e, há pouco tempo lí O ano do Pensamento Mágico, de Joan Didion, livro escrito baseado na experiência real da morte de seu marido e de seu período de luto. Achei que ia valer a pena, principalmente porque já tive experiências anteriores de luto e, a menos que eu vá embora antes de todos que amo, terei outras. E, é sempre bom se preparar.
No princípio, confesso, não gostei muito do livro. Achava Nikki, a protagonista narradora e sua irmã Clara, muito chatas. Os personagens, segundo a visão de Nikki, eram tão comuns e sem nenhum encanto.Tive a impressão que seria um livro típico dos que estão tão em voga, os chamados "livros de e para mulherzinhas". Mas, a medida que a história foi-se desenvolvendo, foi também tomando conta de mim. A mãe das duas, Gwen, uma viúva extremamente bondosa, foi assassinada brutalmente. A partir daí a história vai se desenvolvendo, mostrando o envolvimento da polícia, o julgamento e a transformação que vai ocorrendo por causa dessa morte, na vida das duas irmãs. E nós, felizes leitores, vamos reconhecendo alí sentimentos e atitudes que nos envolveram quando também passamos por experiências que foram, se não semelhantes, similares. Nikki e Clare são bem diferentes entre si e as relações que tîveram com a mãe também foram. É pertubadora a reação que cada uma das duas teve a morte da mãe. Nikki, a narradora, é a filha solteira, independente e um tanto quanto livre, tanto na maneira de agir quanto de pensar. Clare, a mais velha, é a equilibrada dona de casa e mãe de dois filhos. A morte da mãe leva as duas a reavaliarem a própria vida e o resultado é surpreendente.Se eu fosse distribuir estrelas para este livro, na escala de um para cinco, daria quatro.****.
"É a última vez que a gente vê alguém e não sabe que será a última. E tudo o que sabemos agora, ah, se soubéssemos naquele dia! Mas não sabíamos, e agora é tarde demais.E a gente se pergunta: Como é que eu podia saber, eu não podia saber.
É o que dizemos a nós mesmo.
Esta é a história da saudade que sinto de mamãe"
Assim começa a história que acabei de ler.
Quando estou com um livro nas mãos gosto de pensar sobre ele. Uma das primeiras perguntas que me faço é: por que o comprei? Nunca havia lido nada desta escritora antes, embora soubesse de sua existência. Ao passar uma vista d´olhos sobre estantes e bancas de livros, além da vista d´olhos, passo também as mãos para sentí-lo melhor. E ao pegar este livro descobri que o título se referia a perda da mãe da protagonista, inspirado na morte da própria mãe da autora. Um outro comentário, este extraído do jornal The Washington Post,dizia que, com a morte de Susan Sontag e Joan Didion, Joyce C. Oates passara a ser considerada a primeira dama da literatura norte-americana. Ora, eu conheço alguma coisa dessas autoras e, há pouco tempo lí O ano do Pensamento Mágico, de Joan Didion, livro escrito baseado na experiência real da morte de seu marido e de seu período de luto. Achei que ia valer a pena, principalmente porque já tive experiências anteriores de luto e, a menos que eu vá embora antes de todos que amo, terei outras. E, é sempre bom se preparar.
No princípio, confesso, não gostei muito do livro. Achava Nikki, a protagonista narradora e sua irmã Clara, muito chatas. Os personagens, segundo a visão de Nikki, eram tão comuns e sem nenhum encanto.Tive a impressão que seria um livro típico dos que estão tão em voga, os chamados "livros de e para mulherzinhas". Mas, a medida que a história foi-se desenvolvendo, foi também tomando conta de mim. A mãe das duas, Gwen, uma viúva extremamente bondosa, foi assassinada brutalmente. A partir daí a história vai se desenvolvendo, mostrando o envolvimento da polícia, o julgamento e a transformação que vai ocorrendo por causa dessa morte, na vida das duas irmãs. E nós, felizes leitores, vamos reconhecendo alí sentimentos e atitudes que nos envolveram quando também passamos por experiências que foram, se não semelhantes, similares. Nikki e Clare são bem diferentes entre si e as relações que tîveram com a mãe também foram. É pertubadora a reação que cada uma das duas teve a morte da mãe. Nikki, a narradora, é a filha solteira, independente e um tanto quanto livre, tanto na maneira de agir quanto de pensar. Clare, a mais velha, é a equilibrada dona de casa e mãe de dois filhos. A morte da mãe leva as duas a reavaliarem a própria vida e o resultado é surpreendente.Se eu fosse distribuir estrelas para este livro, na escala de um para cinco, daria quatro.****.
"É a última vez que a gente vê alguém e não sabe que será a última. E tudo o que sabemos agora, ah, se soubéssemos naquele dia! Mas não sabíamos, e agora é tarde demais.E a gente se pergunta: Como é que eu podia saber, eu não podia saber.
É o que dizemos a nós mesmo.
Esta é a história da saudade que sinto de mamãe"
Assim começa a história que acabei de ler.