CANETA AZUL, AZUL CANETA X TECIDO NA PAPELARIA
"CANETA AZUL, AZUL CANETA" - a pergunta que sempre fiz é: será que tudo deve ser projetado para os mais preguiçosos e com menos bom gosto?
Essa também é a pergunta que alguns diretores de cinema estão fazendo para questionar a nova ferramenta da Netflix, ainda em teste, que possibilita diminuir ou acelerar a velocidade de exibição dos filmes.
Eu vivo imerso em Música, sou apaixonado por Cinema e amo a Literatura. Acontece que antes de ser "canção de sucesso" ou "filme daHora" a história contada foi texto: qualquer produto áudio-visual é fruto do trabalho de quem sentou para escrever imagens usando as tecnologias da escrita, o poder da palavra.
O melhor exemplo do que digo é fácil de ser imaginado porque está no inconsciente coletivo da civilização: "No princípio criou Deus o céu e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz; e houve luz." - (Gênesis 1:1-3).
Quanto ao meu trabalho com a palavra sempre repito com segurança: não escrevo para crianças que serão adultos, eu escrevo para o adulto que se esqueceu de ter sido criança.
O meu livro TECIDO NA PAPELARIA é um projeto simples, mas é ambicioso, trata-se de um passeio pelo bosque da ficção - o extenso jardim Literatura.
Na primeira estante da PAPELARIA o leitor encontrará retalhos de TECIDO que são aforismos, textos breves que podem enunciar tanto uma regra, um pensamento, um princípio ou uma advertência. O aforismo é um estilo de sentença que articula Literatura, Filosofia, percepções da vida, da sociedade, ou o que venha a ser objeto de pensamento realçado pela expressão da mensagem concisa em definição breve de sentença. O leitor habituado aos ditados, as máximas, ao adágio e ao provérbio encontrará ali a PASSAGEM PARA O POMAR que é o poema mais extenso do livro e fica nos fundos dessa papelaria idealizada.
Na última estante estão as fazendas que são TECIDOS confeccionados com múltiplas camadas de sentido e enredadas no tempo onde o leitor conhecerá Dona Eulália e com ela seu passeio pelo bosque da ficção chegará às margens da escrita (quase impenetrável) de Joyce no romance Ulisses.
Ambicioso? Minha vaidade eu pago.
Respondendo a pergunta do início, considero que a poesia da PAPELARIA é antídoto aos mecanismos tóxicos das mídias que nos tornam “preguiçosos”, também é ardil que introduz ao outro lado do espelho os menos avisados que por força das circunstâncias se encontrem prostrados diante da imagem distorcida pelo “sistema” como bem descreveu Platão na alegoria da caverna.
Meu livro está disponível no site da Editora Penalux e pode ser adquirido comigo, esse autor que insiste em alargar as margens da percepção porque acredita que fomos projetados para E.V.O.L.U.I.R.