As mutações de Liv Ullmann
AS MUTAÇÕES DE LIV ULLMANN
Miguel Carqueija
Resenha do livro “Mutações”, de Liv Ullmann. Editora Nórdica, Rio de Janeiro-RJ, 10ª edição, sem data. Título do original norueguês: “Förändringen”, “copyright” 1976, 1977, Liv Ullmann, publicado por Helge Ericson Förlag, Oslo. Tradução: Sonia Coutinho. Capa: foto da autora.
Curioso este livro, bem escrito e que vale uma leitura. Não é bem uma autobiografia, ou pelo menos é atípica. A autora, famosa atriz de teatro e cinema, consagrada em filmes do sueco Ingmar Bergman, não segue um enredo linear; vai contando casos diversos acontecidos na sua vida, demorando-se no relacionamento com o cineasta Bergman, tido como gênio mas que, visto de um plano intimista, sai bem prejudicado. Liv dedica o livro à filha Linn, que aparece em muitas páginas. Percebe-se bem o sentimento de culpa de Liv pelas muitas vezes em que, pressionada pelo trabalho, afastou-se da filha; seu encabulamento perante a própria babá; certta escravidão ao telefone e aos compromissos. A sua visão de Hollywood e Nova Iorque também é significativa, a sensação de violência no ar, a colega violentada num hotel.
Há pontas soltas ao longo do texto. O livro tem um aspecto de divagação, a autora buscando um sentido para a sua existência. Ela tem fé religiosa, mas não como devota, e sua insegurança é perceptível. Mesmo assim, não está entre as atrizes mais golpeadas pelos infortúnios da fama.
Liv Ullmann trabalhou na peça teatral “Casa de boneca” e nos filmes “Persona”, “Face a face” e “Cenas de um casamento”.
Rio de Janeiro, 21 de junho de 2018.
AS MUTAÇÕES DE LIV ULLMANN
Miguel Carqueija
Resenha do livro “Mutações”, de Liv Ullmann. Editora Nórdica, Rio de Janeiro-RJ, 10ª edição, sem data. Título do original norueguês: “Förändringen”, “copyright” 1976, 1977, Liv Ullmann, publicado por Helge Ericson Förlag, Oslo. Tradução: Sonia Coutinho. Capa: foto da autora.
Curioso este livro, bem escrito e que vale uma leitura. Não é bem uma autobiografia, ou pelo menos é atípica. A autora, famosa atriz de teatro e cinema, consagrada em filmes do sueco Ingmar Bergman, não segue um enredo linear; vai contando casos diversos acontecidos na sua vida, demorando-se no relacionamento com o cineasta Bergman, tido como gênio mas que, visto de um plano intimista, sai bem prejudicado. Liv dedica o livro à filha Linn, que aparece em muitas páginas. Percebe-se bem o sentimento de culpa de Liv pelas muitas vezes em que, pressionada pelo trabalho, afastou-se da filha; seu encabulamento perante a própria babá; certta escravidão ao telefone e aos compromissos. A sua visão de Hollywood e Nova Iorque também é significativa, a sensação de violência no ar, a colega violentada num hotel.
Há pontas soltas ao longo do texto. O livro tem um aspecto de divagação, a autora buscando um sentido para a sua existência. Ela tem fé religiosa, mas não como devota, e sua insegurança é perceptível. Mesmo assim, não está entre as atrizes mais golpeadas pelos infortúnios da fama.
Liv Ullmann trabalhou na peça teatral “Casa de boneca” e nos filmes “Persona”, “Face a face” e “Cenas de um casamento”.
Rio de Janeiro, 21 de junho de 2018.