O Egoísmo, Ação Moral e o Individuo

Em seu livro Michael Sandel aborda vários aspectos da filosofia política. Acerca da reflexão moral que está presente na nossa vida cívica diariamente. Essa abordagem da reflexão moral nas situações e nos problemas da vida cotidiana de hoje é, o que nos leva a refletir sobre os dilemas morais que a vida cívica atual nos mostra. Para isso o autor nos apresenta argumentos de diversos filósofos como: Aristóteles, Immanuel Kant, John Stuart Mill e John Rawls que escrevem sobre as ideias que animam a vida cívica. Sandel responderia á ideia de Button de que o egoísmo pode produzir uma ação moral da seguinte forma. Para ele iria depender das escolhas que este homem fez e se elas não tiveram consequências terríveis e chocantes para a sociedade. O que nos leva a reflexão sobre benefícios x custos das ações. Bentham diz que todos somos governados pela dor e pelo prazer, o que nos remete a ideia de maximizar a felicidade; a teoria do utilitarismo considera apenas as somas das satisfações da maioria e não do individuo. Como então responder a questão qual grau exato de felicidade derivará de uma dada ação ? Não há como prever. segundo o Professor Sandel introduz Immanuel Kant, que rejeita o utilitarismo. Ele argumenta que cada um de nós tem certos deveres e direitos fundamentais que têm precedência sobre maximização da utilidade. Kant rejeita a noção de que a moralidade é sobre o cálculo de consequências. Se questionarmos acerca de sua existência o homem criou os valores. A vida em sociedade levou o homem a criar a moral, ainda sim, ele tem o livre-arbítrio: Segundo o dicionário Aurélio ¨o livre-arbítrio refere-se principalmente as ações e á vontade humana, e pretende significar que o homem é dotado de poder de, em determinadas circunstâncias, agir sem motivos ou finalidades diferentes da própria ação... ¨( Dicionário Aurélio da língua portuguesa, 2010) Mas o próprio livre-arbítrio, que deveria proporcionar ao homem independência e liberdade, acaba por aprisiona-lo. O fato de ter de tomar uma decisão, escolher o que quer e o que necessita fazer, acaba se tornando uma eterna obrigação humana, Sozinho diante de diversos caminhos que a vida oferece, o ser humano se torna frágil egoísta e desorientando e apenas pensa no seu próprio bem-estar . Para se estruturar e se desenvolver, o homem necessita do convívio social. Conhecer outras visões de mundo, expor pensamentos e vivenciar experiências em grupo ajuda o homem a direcionar sua vida, orientando-se a fazer as melhores escolhas. Diante do dilema da escolha o homem busca o auxilio do grupo social, dos valores que defende das normas de conduta criadas pela sociedade. A este conjunto de fatores que guiam o comportamento e as decisões humanas de forma a atender sua expectativa e privilegiar a harmonia social deu-se o nome de moral. A moral pode ser comparada a um contrato do qual participam consciente ou inconscientemente, todos os indivíduos pertencentes a um determinado grupo social. Atitudes como vestir-se, viver em família, não matar, não roubar etc. Constituem a pratica moral. Os conceitos de moral e ética parece que se confundem, mas, há uma diferença fundamental entre elas. Enquanto a moral refere-se á pratica cotidiana das normas que são impostas ao homem por um determinado grupo social, a ética abrange um campo mais teórico e amplo definindo-se como a investigação acerca das ações humanas e da moral abrangendo toda a humanidade. Segundo Johnson a natureza do homem é selvagem e egoísta. Portanto a compaixão só é adquirida e aperfeiçoada pelo cultivo da razão''. Porque somos educados e civilizados para agirmos assim. Para Hobbes a vida dos homens primitivos era ''solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta'' no estado de natureza sem leis nem governo uma vez que sua índole era agressiva, autocentrada, insociáveis e obcecados por um ''desejo de ganho imediato'' Os indivíduos ao realizarem um ato de bravura e compaixão ainda assim são egoístas, pois buscam a notoriedade e reconhecimento do seu ato. Spinoza diz que os homens tendem sempre a pensarem em si mesmos, em seu benefício e são sempre conduzidas pela paixão. O termo ‘egoísmo’ provém do latim. O radical ‘ego’, eu, primeira pessoa do singular do pronome pessoal latino, e significa algo como amor de si mesmo. Freud adotou o termo ‘ego’ para caracterizar a entidade de que se tem experiência interior, uma integração de percepções sentimentos e pensamentos. De ‘egoísmo’ derivam, por exemplo, os vocábulos ‘egocentrismo’, que designa aqueles que fazem do próprio ego o centro de seu universo. Podemos notar que os indivíduos tornam-se, a cada dia, mais e mais egoístas, visando seus interesses imediatos, exclusivos, indiferentes ao próximo, utilizando o outro como mero instrumento, para alcançar seus objetivos. Mas o sentido moral da palavra aponta para uma direção bem diferente. Um sentido em que só o que vale e importa é o amor exclusivo ou excessivo a si mesmo, pouco ou nada importando os interesses do próximo. E este é o sentido que parece ter fincado âncoras nas sociedades modernas. Com o egoísmo sendo cultuado e elevado ao ápice do exagero, tudo passa a ser permitido e estimulado. O que importa é chegar ao topo sem medir esforços passando por cima de tudo e de todos. Os fins justificam os meios. Os valores são distorcidos as outras pessoas tornasse adversário, dificilmente será um aliado. Então nada de solidariedade, de compartilhamento, pois implicaria em acumular menos, em benefício próprio. Do lado oposto Botton nos aponta outro modo de reflexão acerca do egoísmo e os desejos humanos. Para BOTTON (1997) Mas, outra vez, há que fazer distinções: afirmar que todos os desejos humanos – do desejo de ser útil aos necessitados ao desejo de expandir uma empresa – são fisiologicamente egoístas não significa que o objeto do desejo é necessariamente egoísta. Podemos concordar com Hobbes e pensar que cada um de nós busca o que é melhor para si: mas esta definição não impõe restrições a quais coisas nós teremos por boas. Como a vida cotidiana mostra repetidas vezes, as coisas que consideramos boas não incluem apenas o ganho, mas também o sacrifício de seu tempo, saúde, status, riqueza e, em situações trágicas, de sua própria existência. Sandel encontra três teorias básicas que fundamentam as opiniões morais na política e que ele descreve da seguinte maneira e que também nos ajuda a responder a pergunta de Botton: A primeira nos apresenta que justiça significa maximizar a utilidade ou o bem-estar – a máxima felicidade para o maior número de pessoas. A segunda está liga ao liberalismo e coloca a liberdade no centro da discussão; justiça significa respeitar a liberdade de escolha – tanto as escolhas reais que as pessoas fazem em um livre mercado, quanto as escolhas hipotéticas que as pessoas deveriam fazer na posição original de visão igualitária liberal e a terceira está focada na noção de virtude e finalidade da ação política nesse caso justiça envolve o cultivo da virtude e a preocupação com o bem comum” Sendo assim podemos concluir que para Sandel a ideia de Button sobre o egoísmo poderia produzir uma ação moral, desde que ela não afete o bem estar da sociedade de modo geral, pois ele tem o livre-arbítrio. E suas escolhas acarretam consequências que podem interferir no meio social que este individuo está presente. Roussel diz que os animais seguem seus extintos. O homem tem extinto , mas não é o mais importante, porque ele precisa ir além do extinto. Ele deve seguir a sua vontade que é tudo aquilo que homem faz além do seu extinto e da sua natureza para viver. Para sobreviver o homem transcende, usa a razão para viver melhor. Pensamento a serviço da vida. O que a vida tem para ser boa? A vida será boa quando você de forma plena cumpriu o a sua finalidade cósmica, É o que nos diz a respeito da virtude: " A virtude é mensagem cósmica que te aponta qual o teu lugar no universo".

Bibliografia BOTTON, de Alain (1997). Entre a lei e a felicidade. Folha de S. Paulo. Caderno mais BOTTON, de Alain. Folha de S. Paulo. Os limites da liberdade. História da filosofia mostra divergência sobre o que significa 'ser livre' De: Michael J. Sandel Justiça. O que é fazer a coisa certa Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 4ª edição. 2011. FERREIRA, A. B. H.: Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa 15. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.

Claudia Matos
Enviado por Claudia Matos em 26/10/2016
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