Claricianas
Escrevo para me manter viva e viva Lispector está em Claricianas
Livro da 7 Letras homenageia os 30 anos da morte da autora dos contos psicológicos
Em 1943, no auge do fortalecimento de nossa indústria, no governo de Getúlio Vargas, um tímido livro era publicado, criticado de imediato pelo professor, critico e imortal da ABL Álvaro Linz (1912-1975), que desacreditava da escrita da autora, contudo durante aquela década e algumas outras em diante, de Perto do Coração Selvagem a Laços de Família (1960), a escritora de origem ucraniana Clarice Lispector (1920-1977) fortaleceu nossa literatura com suas narrativas intimistas e psicológicas, onde seus personagens originais vivem o seu presente, em um momento fundamental de suas existências, seus problemas instantâneos.
O ano de 2007 marca os trinta anos de sua morte, e Claricianas (7 Letras, 74 pp, R$ )livro de Lucilene Machado e Edgar Cezar Nolasco, dá aos leitores, com o traço dos autores, ficções que beiram o profundo, dinâmico, denso, vital e fatal manejo de sua narrativa, de sua ficção. Professores de Estudos Literários (UFMS) e Teoria da literatura (UFMG), respectivamente Lucilene e Edgar, constroem nesse pequeno volume " um traço espectral do legado de vida e de ficção deixado pela intelectual Clarice", como é visto em sua apresentação.
Claricianas é um livro que destaca como Clarice fez paradigmas de nossa escrita, impactante e, sua perfeita e imperfeita beleza. Dividido em duas partes, um de cada autor, dar vida a pessoa que é e foi Clarice Lispector, em minibiografias ficcionais, a indecifrável e complexa personagem que presente está na ruptura construída por seu trabalho.
Um estimulante livro que dá asas à imaginação dos leitores, como também imprime a sensação de ocupar suas linhas, pelo pensamento que debate, que discute e questiona a vida, e o cotidiano análogo aos autores, a Clarice e a nós, leitores.