Resenha crítico-informativa sobre o texto “A literatura e a vida social” de Antonio Candido
Referência:
CANDIDO, Antonio. A literatura e a vida social. In: Literatura e sociedade. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2006.
Esse texto pertence aos ensaios que se encontram no livro A literatura e sociedade de Antonio Candido. Antonio Candido de Mello e Souza, nascido no Rio de Janeiro em 24 de julho de 1918 é um sociólogo, literato e professor universitário brasileiro. Estudioso da literatura brasileira e estrangeira, possui uma obra crítica extensa, respeitada nas principais universidades do Brasil. À atividade de crítico literário soma-se a atividade acadêmica, como professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.
O autor Antônio Candido analisa a relação das ciências sociais para com a sociologia, procura examinar o vínculo entre a obra e o ambiente. O que importa para ele é a obra literária como um conjunto de fatores sociais. Ele busca focalizar aspectos sociais que envolvem a vida artística e literária nos seus diferentes momentos, sem fazer uma teoria sociológica, abordando a influência exercida pelo meio social sobre a obra de arte, é que a literatura é também um produto social. Com relação à sociologia e os estudos literários do século XVIII e XIX a literatura era vista como o reflexo do real e a contribuição da sociologia era que servia para explicar a literatura. De acordo com a proposta de Candido a sociologia é uma disciplina auxiliar do século XX e para ele a literatura é a síntese da realidade.
Candido mostra que o papel do leitor na obra de arte literária é dar sentido e realidade a obra, pois o leitor de certo modo é o espelho do autor. Candido aborda que a literatura depende desse triângulo: autor, obra e publico. Logo, todos se tornam dependentes um do outro, influenciando assim o meio, pois baseado na perspectiva dialética do século XVIII e XIX, o meio influencia a obra, a obra influencia o meio, o autor influencia o publico e vice-versa.
A posição do artista depende de cada sociedade. O modo da posição social atribui um papel categórico ao criador de arte, envolve não apenas o artista, mas a formação de grupos de artistas, a obra nasce da iniciativa individual com as condições sociais. A arte leva a entender um indivíduo que assuma a iniciativa da obra. Uma vez reconhecidos como tais, os artistas podem fortemente ser ligados, formando grupos determinados pela técnica. Esses grupos têm a tendência de se diferenciar funcionalmente de acordo com o tipo de categoria social predominante em sua sociedade. Na sociedade Primitiva e Arcaica Antonio Candido enfatiza que o artista e o público pouco se diferenciam. Na sua visão, uma obra só alcança seu objetivo quando configurada pelo autor e pelas suas condições sociais na qual determinam sua posição.
O autor fala a realidade que muitos não concordam, mostra como o leitor transforma uma obra, e como a sociedade guia de certa forma como a obra será criada. Com uma linguagem acessível a qualquer leitor, ele aborda a influência da obra literária na vida social e vice e versa, fazendo-nos, entender como o conjunto, autor-obra-leitor não vive um sem o outro, e como esse mesmo conjunto pode ser composto de uma forma diferente como por exemplo leitor-autor-obra, e com sua linguagem simples, mostra que entender o papel da literatura na sociedade não é um trabalho difícil.