imagem:Maria Santino
Dando continuidade a minha sequencia de resenhas, temos aqui uma crítica social pungente: Desonra, do escritor africano J.M Coetzee. E se alguém me perguntar se li o livro só por ele ter ganhado o Prêmio Nobel de literatura de 2003, eu responderia: Esse fato já, é por si só, um tremendo incentivo.
O livro é inteiramente bom, e o quando digo isso quero dizer que não encontrei aqui “passagens boas” e sim todo contexto, toda obra, todo desenrolar e descrições. Estas são tão bem feitas que se sente o cheiro, a narrativa então possui ótima fluidez, se lê o livro todo em poucas horas.
Mas... por que Desonra? O que significa o título? Sim tem a ver com o personagem, mas a relação em amplitude atinge o povo africano e a imposição do “homem branco”, do povo do velho mundo, naquele continente (Já repararam que o continente africano ainda é visto como um celeiro de onde se retira o que se quer: ouro, pedras preciosas... E o povo permanece em extrema pobreza?)
A trama começa falando da vida de David Lurie, um professor de Literatura que vê sua vida dá uma brusca reviravolta quando se envolve com uma jovem moça (aluna sua), e depois é expulso da faculdade onde leciona acusado de assédio. Então vai passar uns dias com sua filha que mora no sul da Africa, e lá, o que resta para ele é estar com uma mulher nada atraente e tendo que manter relações em um canil (do júbilo ao desdouro), outra visão (sua capacidade intelectual não ter muita importância nos trabalhos braçais que precisa realizar na fazenda onde a a filha mora). Claro, esse não é o cerne da trama, mas quis expor essa visão também.
É visível a queda na vida do personagem (queda, humilhação e tragédia). O clímax do livro é a cena de violência onde a filha, Lucy, é estuprada por residentes do local e Lurie tem parte do seu corpo queimado - HOHOHOH!- Vale ressaltar que a apreensão, descrição e tensão são palpáveis, se ver a cena.
A partir desse ponto a narrativa ganha novos ares, onde a filha que apresenta um posicionamento resignado, pretende ter o filho concebido no estupro e continuar naquela terra, e os nativos (o empregado Petrus e os estupradores), repassam a idéia de que eles irão retomar o que é deles, que assim será na nova África (pós-apartheid).
Em resumo, o livro repassa a ideia de que o homem branco cometeu seus crimes contra o povo africano e não merece piedade, não terá voz quando eles retomarem o que é deles.
Há resenhas muito mais abrangentes que a minha, entretanto, leia Coetzee, veja suas críticas sua forma de pintar cenários falar de valores observando um outro prisma. A vida não é rosa, conteste você também.
Dando continuidade a minha sequencia de resenhas, temos aqui uma crítica social pungente: Desonra, do escritor africano J.M Coetzee. E se alguém me perguntar se li o livro só por ele ter ganhado o Prêmio Nobel de literatura de 2003, eu responderia: Esse fato já, é por si só, um tremendo incentivo.
O livro é inteiramente bom, e o quando digo isso quero dizer que não encontrei aqui “passagens boas” e sim todo contexto, toda obra, todo desenrolar e descrições. Estas são tão bem feitas que se sente o cheiro, a narrativa então possui ótima fluidez, se lê o livro todo em poucas horas.
Mas... por que Desonra? O que significa o título? Sim tem a ver com o personagem, mas a relação em amplitude atinge o povo africano e a imposição do “homem branco”, do povo do velho mundo, naquele continente (Já repararam que o continente africano ainda é visto como um celeiro de onde se retira o que se quer: ouro, pedras preciosas... E o povo permanece em extrema pobreza?)
A trama começa falando da vida de David Lurie, um professor de Literatura que vê sua vida dá uma brusca reviravolta quando se envolve com uma jovem moça (aluna sua), e depois é expulso da faculdade onde leciona acusado de assédio. Então vai passar uns dias com sua filha que mora no sul da Africa, e lá, o que resta para ele é estar com uma mulher nada atraente e tendo que manter relações em um canil (do júbilo ao desdouro), outra visão (sua capacidade intelectual não ter muita importância nos trabalhos braçais que precisa realizar na fazenda onde a a filha mora). Claro, esse não é o cerne da trama, mas quis expor essa visão também.
É visível a queda na vida do personagem (queda, humilhação e tragédia). O clímax do livro é a cena de violência onde a filha, Lucy, é estuprada por residentes do local e Lurie tem parte do seu corpo queimado - HOHOHOH!- Vale ressaltar que a apreensão, descrição e tensão são palpáveis, se ver a cena.
A partir desse ponto a narrativa ganha novos ares, onde a filha que apresenta um posicionamento resignado, pretende ter o filho concebido no estupro e continuar naquela terra, e os nativos (o empregado Petrus e os estupradores), repassam a idéia de que eles irão retomar o que é deles, que assim será na nova África (pós-apartheid).
Em resumo, o livro repassa a ideia de que o homem branco cometeu seus crimes contra o povo africano e não merece piedade, não terá voz quando eles retomarem o que é deles.
Há resenhas muito mais abrangentes que a minha, entretanto, leia Coetzee, veja suas críticas sua forma de pintar cenários falar de valores observando um outro prisma. A vida não é rosa, conteste você também.
Título Original: Disgrace
Autor-John Maxwell Coetzee
Ano de lançamento - 1999
Gênero- Critica social / Tragédia contemporânea
(classificação minha )
Autor-John Maxwell Coetzee
Ano de lançamento - 1999
Gênero- Critica social / Tragédia contemporânea
(classificação minha )