OS SETE CONTRA TEBAS, de Ésquilo
O último livro da seqüência que trata das tragédias ocorridas na família amaldiçoada de Édipo relata os preparativos feitos por Etéocles, rei usurpador do trono de Tebas, contra o ataque de seu irmão, Polinice, contra a cidade. Ambos são filhos de Édipo e de Jocasta, e irmãos de Antígona. Por mostrar eventos ocorridos antes da história de Antígona, a melhor seqüência cronológica para a leitura é esta:
1º - Édipo Rei (430 a.C.), de Sófocles;
2º - Édipo em Colono (401 a.C.), de Sófocles;
3º - Os Sete contra Tebas (467 a.C.), de Ésquilo;
4º - Antígona (442 a.C.), de Sófocles;
Diz-se que Ésquilo foi o pai da tragédia grega. Por ter sido soldado em várias batalhas, muitas de suas peças possuem uma veia militar. A lenda diz que morreu quando uma águia deixou cair uma tartaruga em sua cabeça careca, pensando que fosse uma pedra. Um fim trágico para quem escrevia tragédias. Das cerca de 90 peças teatrais que escreveu somente sete existem hoje:
- Os Persas;
- Os Sete contra Tebas;
- As Suplicantes;
- Prometeu Acorrentado;
- Agamêmnon;
- Coéforas;
- Euménides.
Não sei se é devido a ser o primeiro livro que li de Ésquilo, mas Os Sete contra Tebas não foi tão envolvente quanto os de Sófocles. Há muito falatório antes de uma batalha que não é narrada, onde se apresentam as características dos sete generais que atacam os sete portões de Tebas, bem como os sete guerreiros da cidade designados para defendê-los. Mas sabemos que é muito mais fácil escrever quando temos algum material de pesquisa em mãos, e considero que isto se aplica no caso da diferença entre os escritos de Ésquilo e de Sófocles. Enquanto Ésquilo foi o pioneiro, Sófocles seguiu por uma trilha que já existia, portanto, relativamente mais fácil.
O site da L&PM traz o seguinte comentário sobre o livro: "Os Sete contra Tebas conta a infeliz história de uma guerra fratricida, que faz as ambições de poder falarem mais alto do que a irmandade, o bem comum e a tolerância. História essa que se repete até hoje e por isso não perde a atualidade". A tradução direta do grego é de Donaldo Schüler que, em seu prefácio bastante informativo, faz um apanhado geral das peças de Ésquilo em comparação com outras da mesma época ou sobre os mesmos temas.