DISCURSO DO MÉTODO

René Descartes

Discurso do método

Texto na integra : http://www.intratext.com/x/por0305.htm

René Descartes foi um importante filósofo e matemático, sua obra intitulada “Discurso do Método “ foi publicada originalmente em 1637 e é uma das mais famosas obras da literatura filosófica, sendo por muitos considerado o texto que fundamente a ruptura cultural que da origem a Filosofia Moderna.O texto é composto de seis partes onde o autor, partindo de um relato de sua biografia intelectual, expõe de maneira clara e sucinta os grandes traços de seu novo sistema filosófico.

No entanto nesta resenha serão tratadas somente a primeira, segunda e quarta parte.

Na primeira parte, Descartes, a partir de sua juventude encontrou determinados caminhos que o levaram a considerações e máximas, dais quais formou um método , pelo qual lhe parecia aumentar de forma gradativa o seu conhecimento, e de elevá-lo ao mais alto nível a que a mediocridade de seu espírito pudesse alcançar em sua pouca duração de vida. Procurou inclinar-se mais para o lado da desconfiança do que para o da presunção. Descartes critica a lógica dialética, afirma que ela parte de verdades já conhecidas e é inútil para desvendar novas verdades. Também critica a matemática, pois, apesar de fornecer conclusões irrefutáveis, muitas vezes possui regras em demasia, sem nenhum fim prático, sendo muito abstrata. A respeito das outras ciências por tomarem seus princípios de filosofia, acreditava que nada de sólido se podia construir sobre alicerces tão pouco firmes. Por fim no que diz respeito às más doutrinas, julgava já conhecer suficientemente o que valiam, para não mais correr o risco de ser enganado, nem pelas promessas de um alquimista, nem pelas predições de um astrólogo, nem pelas imposturas de um mágico, nem pelas artimanhas ou arrogância dos que manifestam saber mais do que realmente sabem. Abandonou totalmente o estudo das letras e decidiu a não mais procurar outra ciência alem daquela que poderia encontrar em si próprio, aproveitou o resto de sua juventude para viajar, para fazer variadas experiências para por a si mesmo a prova. A verdade é que ao se limitar a observar os costumes dos outros homens, pouco encontrava que o satisfizesse, pois percebia neles quase tanta diversidade como a que notara anteriormente entre as opiniões dos filósofos. De forma que o maior proveito que ele tirou foi , não acreditar com demasiada convicção em nada do que lhe havia sido inculcado só pelo exemplo e pelo hábito. Chegou então a conclusão que deveria estudar a si próprio e de empregar todas as suas forças e de seu espírito na escolha do caminho que iria seguir.

Na segunda parte de seu livro, Descartes encontrava-se na Alemanha, onde se sentia atraído pelas guerras, que ainda não haviam terminado, com o começo do inverno foi obrigado a permanecer em um quartel onde, por não encontrar convívio social algum que o distraísse, ficava por dias fechado em um quarto solitário onde dispunha de todo tempo disponível para se entreter com os seus pensamentos. Um dos primeiros entre eles foi lembrar-se de considerar que, freqüentemente , não existe tanta perfeição nas obras formadas de varias peças, e feitas pela mão de diversos mestres, como naquelas em que um só trabalhou. Deste modo ele define que um edifício projetado e construído por um só arquiteto costumam ser mais belos e mais bem estruturados do que aqueles que muitos quiseram reformar. Isso é uma critica que ele faz a respeito das cidades mal planejadas, com ruas e praças que não tem o mesmo seguimento de arquiteturas, sem falar dos prédios das grandes cidades, nessa época não deveria ter plano diretor, o que também não resolveria muito. Mais voltemos ao livro, nesta segunda parte do livro, René Descarte, nos fala a respeito das muitas leis que o Estado tem, que acabam por sua vez criando e justificando muitos vícios, o que em sua opinião se tivesse menos leis e essas fossem cumpridas o Estado funcionaria melhor. Descartes sempre buscou o avanço da ciência, Por isso ele é considerado o fundador da filosofia moderna. No seu estilo claro, mas pleno de construções, demonstrações e imagens ele nos dá as quatro regra do método :

1- Nunca aceitar algo como verdadeiro que não se conheça claramente como tal.

2- O de repartir cada uma das dificuldades que se analise em quantas partes se fizerem necessário a fim de melhor solucioná-las.

3- O de conduzir por ordem os pensamentos, iniciando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para elevar-se pouco a pouco, até o conhecimento dos mais compostos e presumidos.

4- E o ultimo, o de efetuar em toda parte relações metódicas tão completas e revisões tão gerais nas quais se tenha a certeza de nada omitir.

Descartes, adverte que é um método que usou exclusivamente para si, como uma maneira de dirigir seu pensamento. Pois o bom senso é o que há de mais bem distribuído no mundo, e o que diferencia a capacidade é o modo como cada individuo conduz sua maneira de pensar, por isso se chega a diferentes resultados. No entanto o que mais o satisfazia nesse método era o fato de que, por ele, tinha certeza de usar em tudo sua razão, se não a perfeição ao menos o melhor que ele pudesse; ademais, sentia, ao utilizá-lo , que seu espírito se habituava pouco a pouco a conceber mais nítida e distintamente seus objetivos. Na quarta parte, Descartes descobre a existência de Deus, observou que no que diz respeito aos costumes é as vezes preciso seguir opiniões , que podem ser duvidosas como se não admitisse duvidas, porem , por desejar dedicar-se apenas a pesquisa da verdade, achou que deveria agir exatamente ao contrario, e rejeitar como totalmente falso tudo aquilo em que pudesse supor a menor duvida, com o intuito de ver se, depois disso, não restaria algo em seu meio que fosse completamente incontestável , ao considerar que os nossos sentidos as vezes nos enganam, quis ele presumir que não existia nada que fosse como eles nos fazem imaginar. Descartes, em alguns momentos parece se contradizer, no que diz respeito as existências de pensamentos, e o que ele nos parece, no entanto veremos que ele se encontra com vários questionamentos que não são completamente elucidados, o que o levará ao encontro de Deus. Continuemos , então ele imagina ser uma substancia cuja essência ou natureza consiste apenas no pensar , e que , para ser, não necessita de lugar algum, nem depende de qualquer coisa material. E percebe que não há nada no “Eu penso logo existo” que lhe dê a certeza de dizer a verdade, salvo que vê claramente que para pensar , é preciso existir. E toma por regra que as coisas que ele concebe muito claramente e distintamente são todas verdadeiras. Depois refletindo a respeito daquilo que ele duvidara, e que por conseguinte seu ser não era totalmente perfeito decidiu procurar de onde aprendera a pensar em algo mais perfeito do que ele era, e descobriu que devia ser de alguma natureza que fosse mais perfeita. Ao admitir que do nada se origina alguma coisa , restava somente que teria sido colocada nele por uma natureza que fosse realmente perfeita e que teria todas as perfeições que ele não tinha, a única palavra para a qual ele pode definir foi Deus. Deus é causa final de tudo. Descartes desenvolve o argumento antológico para a existência de Deus. Então afirma que existe uma luz interior dada por Deus, que dá confiança e certeza, pois é impossível que Deus seja mentiroso e enganador.

Ao ler esta obra maravilhosa fiquei encantado com a riqueza de detalhes do autor, que em muitos momentos, me deixou curioso, e intrigado. Ao longo de suas pesquisas, René Descartes, se depara com muitas duvidas assim como todos nós. Porem Deus, vem a ser a maior descoberta para este filósofo, chegando ele a conclusão que por traz de toda criação quase perfeita tem um ser perfeito.

Samarone Borges
Enviado por Samarone Borges em 28/04/2007
Reeditado em 01/05/2007
Código do texto: T467500