Harry Potter e o Enigma do Príncipe - O começo do Fim
Um dos personagens mais aclamados do mundo literário está de volta. Com um tom mais sombrio e maduro, Harry Potter e o Enigma do Príncipe (Harry Potter and Half-Blood Prince) da continuidade a uma saga que já rendeu bilhões de dólares e uma sequência de longas-metragens com recorde de bilheteria. J.K. Rowling, autora do best-seller, conquista o leitor até a última das 510 páginas que constituem a obra e não falha ao inserir um toque adolescente na aventura fantástica que vendeu nada menos do que seis milhões de copias em apenas 24 horas, nos Estados Unidos. Sendo o sexto livro e carregando uma responsabilidade imensa de saciar os fãs e não decepcionar os críticos, o enredo não se limita a diálogos frouxos e sintoniza uma relação consistente entre o protagonista, Harry Potter, e o diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, Alvo Dumbledore.
Um dos “motores” da obra é o retorno de Lord Voldemort, perigoso bruxo das trevas que antagoniza a saga desde o primeiro livro, que causa uma série de colapsos entre o mundo trouxa, expressão para o mundo normal (Não bruxo), e o mundo bruxo. Basicamente, o sexto volume inicia com a renuncia do Ministro da Magia, Cornélio Fudge, que sofrendo forte pressão deixa o cargo para Rufo Scrimgeour, Chefe da Seção de Aurores. Harry Potter surge na história como um peão, na maioria das vezes comandado por Alvo Dumbledore, que lhe mentora e auxilia a descobrir o passado de Voldemort. Utilizando como instrumento a Penseira, objeto bruxo que revê memórias, Harry e Dumbledore vasculham a história do Lorde das trevas em mais um ano na escola de Hogwarts. Vivenciando experiências que o próprio Voldemort viveu, Harry Potter aprende mais sobre seu inimigo e acaba desenterrando segredos e muita magia negra.
O outro tema que movimenta a obra é o que dá nome a mesma. Durante a aula de Poções, Harry encontra um usado livro “Curso avançado no preparo de poções" que pertence ao desconhecido “Príncipe Mestiço”, ao lê-lo ele descobre anotações que continham desde conselhos para o preparo de poções até mesmo Feitiços e encantamentos criados pelo próprio Príncipe. Harry Potter e o Enigma do Príncipe aborda também dilemas adolescentes, como o primeiro beijo, as desavenças, romances e principalmente a amizade que é vista como uma base sólida do livro. A relação do trio, Harry Potter, Rony Weasley e Hermione Granger, é fortalecida durante os tempos de medo que a população bruxa passa, e a busca pelo extermínio do inimigo acaba se tornando um objetivo em comum para os três.
Os personagens muito bem construídos são um dos pontos convincentes do livro. Os novos, como o Vaidoso Professor de Poções Horácio Slughorn e a Carismática aluna da Grifinória Lilá Brown são inseridos na história e parecem já estarem lá há muito tempo. Os personagens antigos, como a fiel seguidora do Lorde das Trevas Bellatrix Lestrange, o agora Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas Severo Snape e o membro da Sonserina e rival do protagonista Draco Malfoy ganharam destaque na narrativa, se tornando indispensáveis.
A autora recria a intensa opressão e o terror gerado pela Segunda Guerra Mundial, transformando Lord Voldemort em um ditador bruxo e focando na importância que a sociedade (Voldemort e seus Seguidores) implica ao racismo. Alimentando inúmeras influencias do Épico Medieval de Tolkien e da Fantasia Infantil de Lewis, a obra deixa de lado as aventuras minimalistas e os animais fantásticos, e diferencia-se das histórias anteriores. Como uma introdução arrebatadora para o fim da saga, o livro é um prato cheio pra quem gosta ficção e se torna um ótimo passatempo em um dia chuvoso, a autora consegue levar os fãs a loucura e ainda não perde o tempero que fez dessa, uma das franquias mais famosas do mundo.