Sagitário
Sagitário é o nono signo do Zodíaco e é também o nome do livro de Jorge Luiz da Silva Alves, que acabo de receber e ler.
Todos os meus sentidos estavam atentos quando pela primeira vez tive o livro de Jorge nas mãos: a visão foi o primeiro dos sentidos beneficiados – a beleza da capa alvinegra logo chamou a atenção do tato que se deliciou tocando a suavidade do livro, capa e páginas, seguidos pelo olfato já habituado a cheirar todo o livro que chega até mim, como o fazem meus pequenos cachorrinhos com tudo. Depois disso foi deixar livre a visão e ler o livro, ouvindo através dos olhos a alma Jorgeana se manifestar. Se não comi o livro no sentido literal saboreei-o imediatamente e quando parei senti o gosto de quero mais. Aliás, Sagitário tem um defeito – acaba logo e então a única solução é a releitura, porque cada linha que o autor escreve, a cada leitura alcança nova profundidade.
Vany Grizante, de forma perfeita escreve a primeira orelha e concordo com o que ela escreve: para mim também, desde que li o primeiro texto dele, no Recanto, a experiência tem sido fantástica. Ninguém escreve como ele, seus escritos são únicos, individuais. Ele não se inspira em ninguém, só nele mesmo. É altamente criativo, inteligente e culto e tudo isso está ali, refletido em cada frase que escreve. Tânia Menezes faz a apresentação e à medida que vai escrevendo vem-nos a vontade, que ela mesma detecta, apesar da beleza de seu texto, de apressar a leitura para finalmente chegar ao autor.
Prosa ou Poesia? Embora a forma se apresente como Prosa, não se pode dizer também que não seja Poesia. Quem o catalogou certamente também ficou em dúvida.
Na medida em que fui lendo e depois relendo, também fui tendo a certeza: o escritor, que ora publica o seu segundo livro, está trazendo algo de novo, de muito novo para a Literatura Brasileira – um raio de luminosidade no breu da mesmice de nossa literatura, em que poucos ousam brincar com as palavras da forma como ele brinca. Resgatando-as, dando-lhes novos significados, criando-as.