A hospedeira – Stephenie Meyer



A autora da saga Crepúsculo mais uma vez acerta e sai na frente, desta vez mesclando ficção científica, romance e espiritualidade. Agradando até os mais reticentes, Stephenie apresenta a história de Melanie, uma humana sobrevivente a um novo tipo de invasão de corpos, viajantes sem forma que assumem vários planetas e níveis, estudando e se preparando até chegar à terra. Quando tomam a forma humana, assumem ou não o nome do hospedeiro. Esta espécia de invasores de corpos, usam o velho chavão que os habitantes estavam destruindo o planeta Terra e por esta razão decidem tomar as rédeas.

Até aí parece algum enredo já visto, o que o diferencia é a questão da alma ser ou não completamente extinta se houver uma razão mais forte para lutar pelo corpo. Um dos requisitos para a cirurgia em que a nova alma é implantada no humano, é que o hospedeiro seja forte e esteja em perfeito estado. Para isto eles desenvolveram uma nova medicina, sem medicação e capaz de verdadeiros milagres. Erradicaram completamente as doenças, extinguiram a moeda, tudo é gratuito e todos trabalham em harmonia pelo bem comum, enfim... o paraíso se não fosse a terrível simbiose imposta aos indefesos terráqueos.

É um romance e a heroína, Melanie é uma mulher apaixonada por um dos poucos sobreviventes. Descrito com todos os atributos de um guerreiro, o par de Melanie agrada já nas primeiras linhas pela audácia, coragem e a profunda dor que o atormenta pela mulher que julga morta. Jared é um líder nato, um solitário que vagava sem rumo até encontrar Mel e o irmão. Uma paixão proibida já que Melanie tem apenas dezessete anos... Alguma semelhança com uma história de vampiros? E Jared é bem mais maduro, consciente e moralmente responsável. Ah! O amor platônico é um gancho estimulante.


Um sentimento tão forte e verdadeiro, será a linha condutora de toda a trama: a antiga Mel e a alma chamada Peregrina que tomou seu corpo, travam um grande embate. Peregrina irá aprender a força dos sentimentos com Mel, sentirá emoções jamais permitidas e suas descobertas acabarão despertando o amor e desejo.
O desafio será escolher qual delas merece sobreviver. Sendo ambas intensas e igualmente fascinantes, Jared compartilha o mesmo dilema com o leitor.


Uma resenha sobre os livros de Stephanie sempre peca pelos excesso de adjetivos, mas a autora não mede esforços em enriquecer a narrativa com sensações exacerbadas. Suas heroínas são mulheres apaixonadas, lutadoras, aparentemente frágeis mas capazes de grandes feitos. E a legião de fãs que ela conquistou está aí para confirmar. Fidelidade e admiração pelo estilo incontestável.
Lê quem se identifica: . Ame-a ou deixe-a. Eu preferi acreditar e não me arrependi. O livro é bom.

Há a descrição detalhada do local onde os humanos sobreviventes se escondem, no caso uma imensa caverna. Quem nunca ouviu falar que é possível viver anos no interior da terra? A história aborda desde o cultivo de alguns legumes no interior da montanha, até a maneia adotada para higiene e comportamento em grupo para recreação e vida pessoal. Por incrível que pareça, prende a atenção ler sobre os pormenores do dia a dia dos personagens. Como eles fazem para ter privacidade, formar famílias, superar a ausência do conforto e dos familiares mortos.
Posso adiantar que uma das maiores ambições gastronômicas é o famoso biscoito sheetos , que eles conseguem quando saem em expedições nas cidades repletas de invasores. O grupo de humanos também faz alguns saques em casas e mercados para pegar alimentos, naturalmente o destemido Jared lidera estas aventuras audaciosas. Há conflitos paralelos à trama principal, pequenas histórias sobre os demais personagens, todas compactas e ágeis. Quando nos damos conta, estamos tão envolvidos que o tamanho da obra, que pode assustar no início, flui rapidamente.


A Hospedeira é um bom entretenimento, o amadurecimento da autora é visível, ainda que os vícios já citados estejam presentes. Amores impossíveis, a luta entre a sensualidade latente das protagonistas e a moral imposta pela mão firme da escritora é marca registrada. Salvo estes pecadinhos, com certeza vai explodir no cinema e quem sabe …. bater a Saga Crepúsculo nas bilheterias. Boa leitura.







Tradução: Renato Aguiar
Editora: Intrínseca
Autor: STEPHENIE MEYER
ISBN: 9788598078595
Origem: Nacional
Ano: 2009
Edição: 1
Número de páginas: 560
Acabamento: Brochura

Formato: Médio


Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 19/02/2011
Código do texto: T2801939
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