'Apenas Futebol', de João Rozas Barrios, aborda bastidores do esporte - na próxima sexta-feira, a partir das 19h30

LANÇAMENTO DE LIVRO - [ 18/08 ]

'Apenas Futebol', de João Rozas Barrios, aborda bastidores do esporte - http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=42&id=211287

José Antônio Rosa

Aos dez anos, ele conheceu Friedenreich, um dos mais brilhantes jogadores de todos os tempos. Viu, ainda, jogar verdadeiras lendas: de Di Stéfano a Zizinho, passando por Heleno de Freitas, Garrincha e Pelé. Antes disso, em Presidente Prudente, a terra natal, assistiu às apresentações das caravanas de Cornélio Pires e Genésio Arruda.

Apaixonado pelo esporte (correu atrás da bola até o ano passado), João Rozas Barrios, hoje com 80, enveredou pela Medicina, mas, dedicou-se, também, à arte de escrever. E foi como autor que narrou passagens e histórias pitorescas.

É o que acontece, novamente, em Apenas Futebol (da Ottoni Editora), livro que será lançado na próxima sexta-feira, a partir das 19h30, no Espaço existente ao lado do Mosteiro de São Bento.

Conhecedor da matéria, o doutor João Rozas, como é conhecido, até poderia narrar episódios inusitados, divertidos. Quis, porém, produzir o que chamou de uma obra com alcance social maior. Conta, assim, como foi que surgiram os principais clubes brasileiros, com destaque para o Savoya, de Votorantim, equipe na qual atuou o médico José Stilitano.

Num outro capítulo, fala da profissão de técnico de futebol. Poucos talvez se lembrem, mas foi em 1993, no governo do então presidente Itamar Franco, que a carreira foi regulamentada. Rozas usa frases e citações que pesquisou (tem uma biblioteca das maiores sobre o assunto, com títulos em espanhol e outros idiomas) para ilustrar o seu texto. Estão, ali, registros de autores como Eduardo, Galeano, Juca Kfoury, Ruy Castro, Armando Nogueira e muitos outros (ele relaciona todos).

Nesse ponto do trabalho, particularmente, reproduz a que define o técnico: é o profissional que acaba de ser demitido ou será demitido no momento oportuno.

A arbitragem é outro tema discutido no livro, junto com as regras do esporte. Rozas diz que o conjunto de normas não é tão complicado assim, mas admite que interpretá-lo dá muito trabalho e gera polêmica. Sem esses ingredientes, porém, o futebol não seria o mesmo.

Como não seria o mesmo sem a torcida. O escritor faz um estudo, no capítulo que intitulou de Identidade, do comportamento dos fanáticos e conclui que todos são decorrência da catarse. Quem vai ao campo, diz João Rozas, quer ver e torcer pelo clube. Não adianta dizer, por exemplo, que, quando assiste ao São Bento jogar contra um time de fora, torce contra este. Não é verdade. Quem gosta do time, segue sempre com ele, independentemente do adversário ter, ou não, uma ligação de outra ordem com a pessoa, defende.

O livro traz, ainda, uma análise do potencial econômico do futebol. Números oficiais, revelam que a Copa do Mundo de 2006, na França, movimentou quase dois bilhões de euros (algo em torno de R$ 6 bilhões). Para se ter ideia, as tevês francesas cobraram, durante o evento, cerca de 250 mil euros pela veiculação de um comercial de 30 segundos. Logo, as expectativas para o torneio que o Brasil vai sediar em 2014 são das mais favoráveis.

Apenas Futebol tem texto de orelha do médico e jornalista Osmar de Oliveira. Aluno de João Rozas na Faculdade de Medicina da PUC Sorocaba, Osmar diz que o trabalho é fonte de consulta obrigatória para quem quer entender mais sobre o universo do esporte.

De tudo, João Rozas destaca, mesmo, o que o ex-secretário geral das Nações Unidas, Kofi Annan disse a respeito do assunto: Não consigo pensar em algo capaz de mobilizar tantas pessoas e de integrá-las, como o futebol. E arremata, com a frase de Jorge Valdan, que aponta como a sua favorita: O futebol é uma desculpa para ser feliz.

No dia do lançamento, a obra poderá ser adquirida por R$ 25. - http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=42&id=211287

Douglas Lara
Enviado por Douglas Lara em 18/08/2009
Código do texto: T1760597