Fazendo as malas com Danuza.
Passei na Beth para um café com creme e fiquei olhando as estantes. Saí de lá com cinco livros. Um deles foi Fazendo as Malas, de Danuza Leão. Um livro fino de capa verde narrando a viagem da autora por quatro cidades. Não resisti – farei as malas para três desses destinos e outros mais quando setembro vier.
Li o livro de uma deitada só: comecei a noite e acabei pela manhã fazendo um intervalo para um bom sono. Sem insônia nem sonhos.
É um livro descontraído onde a autora fala de seu sofrimento com a insônia e do que isso acaba resultando: no caso, por caminhos indiretos, o próprio livro, que se não lhe deu grandes lucros provavelmente pagou a viagem. Quem me dera eu pudesse pagar minha viagem assim!
O segundo capítulo me frustrou completamente: As malas. Sou conhecida entre meus companheiros de viagem pela parcimônia com que faço as malas e ainda assim acho que levei coisas demais. Pensei que encontraria boas dicas para levar o mínimo do essencial, no entanto as malas de Danuza são para se mudar, não simplesmente para viajar. Pasmem : ela levou três malas grandes e cheias! Quantas trouxe de volta ela não contou.
Sevilha, Lisboa, Paris e Roma e lá foi Danuza passar um mês na Europa e eu com ela.
Bem, não cabe aqui narrar à viagem tim...tim..por tim...tim.... Isso farei com a minha. Mas a viagem dela transcorreu entre vitrines e restaurantes. Quem ler o livro saberá onde ficam os melhores lugares para ver vitrines (e comprar, se quiser) e comer. Em Sevilha ela participou de uma Feria e ficou em uma caseta, também viu uma tourada: Olé!!! , visitou os pontos turísticos e comeu tapas. Depois ela foi para Lisboa, uma cidade que classificou de amável (Sevilha ela chamou de colorida). Um episódio contado por ela fez com que eu me lembrasse de um episódio contado por uma amiga que visitou Portugal há pouco tempo. Os dois episódios me fizeram pensar na importância do olhar que lançamos sobre os lugares que visitamos: Danuza e Maria falaram sobre o jeito direto dos portugueses responderem as perguntas que lhe são feitas, mas cada uma ouviu com um ouvido diferente. Uma considerando como uma característica lingüística baseada na compreensão ao pé da letra; a outra considerou como falta de amabilidade. Vamos então as duas perguntas e as respectivas respostas:
D: Onde fica o metrô? Resposta: abaixo.
M: Posso beber esta cerveja na rua? Resposta: Pode beber onde quiser, ela é sua.
O terceiro destino foi Paris, a cidade que é uma festa e o quarto, Roma, onde estão os homens mais bonitos do mundo. E mais galantes.
O livro termina com uma lista de endereços. Dei uma olhada nos títulos para ver se algum me interessava. Restaurantes e similares, hotéis, lojas, cinemas, mercados (adoro mercados), bufês e espaços para recepções e museus. Acho que vou alugar um especo para recepções em cada lugar onde for e dar uma festa.
Alguns trechos que estão impressos na capa e que você pode ler sem pagar em qualquer livraria e por isso transcrevo sucintamente aqui. Se sua curiosidade acordar vá a qualquer livraria e compre o livro.
- Afinal, o que é uma mulher sem malas? (Nunca havia pensado em mim assim.)
- Sobre os presuntos espanhóis, ditos por uma vegetariana:
“Pero esto no ES carne ES alma”
- “Se eu morasse em Portugal seria a pessoa mais feliz do mundo e pesaria uns 110 quilos.”
- “Existe alguma coisa pior do que um homem com sapatos ostensivamente novos?” (Atrevo-me a responder: um com sapatos ostensivamente velhos)
- “Para me ajudar a raciocinar, pedi uma vodka (...); a vida começou a ficar bela.” (Está explicado porque quando bebi vodka pela última vez não só falei como raciocinei em Inglês)
Bom, as dicas estão aí. Quem gostou e também vai viajar, ou simplesmente sonhar, pode comprar que vai se divertir.