A Mensageira das Violetas - Florbela Espanca
" Quem me dera
encontrar o verso
puro, altivo e forte "...
( Florbela Espanca)
Ah...o que vou escrever aqui , caberia em qualquer título, poético, deste Site. Mas vou me ater ,mais , na poesia dessa poeta (não gosto muito do poetisa), que é um assombro.
Nasceu em Portugal, Vila Viçosa, no Alentejo , em 1894. Morreu 30 anos depois ainda jovem, bela e audaciosa. Fechou os olhos e se calou, para sempre ,no mesmo dia em que nasceu , 08 de dezembro. Uma vida marcada pelo inesperado, pelo trágico. Foi a precursora do feminismo em Portugal. A bela e carnal alentejan nunca se ligou a nenhum movomento literário. Aos sete anos escreveu seu primeiro poema :" A Vida e a Morte - tema forte ,
denso ,para uma criança.
Mas, quero mesmo, homenagear essa prodigiosa mulher, falando do seu livro A Mensageira das Violetas . É fascinante. Contém nele poemas que revelam quase todos os episódios tristes e os menos tristes da sua vida. A poeta foi sempre meio ignorada pela crítica ( do início do sec. 20 ) mas hoje seus poemas são procurados , por todos , pois neles palpitam todos os sonhos de uma mulher ardente .
Esse , que eu tenho e ao qual me refiro , cujo título é o mesmo desta resenha-homenagem , é um pocketbook , com 73 páginas recheadas de sonetos inesquecíveis. É uma antologia cuja seleção foi de Sergio Faraco - Porto . Editora Martin Claret . Encontrado em todas as boas livrarias a um bom preço.
Para quem não se lembra, bem, dessa poeta ou para quem não a conhece, vai aqui um aperitivozinho, que obrigatoriamente , deve fazer parte de qualquer biblioteca...
O penúltimo terceto do soneto EU ...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a quem chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...
Fonte : A Obra de Cada Autor - Martin Claret.