HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE, Parte 1: começa a batalha final contra Voldemort

 

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE, Parte 1: começa a batalha final contra Voldemort

Miguel Carqueija

 

A meu ver, dos sete filmes já realizados para a franquia Harry Potter (só faltando agora um), “Harry Potter and the deathly hallows – Part 1” – anunciado como “parte um do final épico” – é até o momento o melhor. É um filme que impõe respeito, assistido silenciosamente pela plateia, tal o clima de horror, tenso, denso, opressivo, que mantém do princípio ao fim.

Aqui, talvez mais que nas obras anteriores, a união dos três jovens bruxos Harry Potter (Daniel Radcliffe), Hermione Granger (Emma Watson) e Rony Weasley (Rupert Grint) se consolida na aliança de amizade e lealdade, contra um inimigo poderoso e implacável, que agora demonstra todo o seu poder. Com Hogwarts e todo o mundo paralelo dos bruxos desestabilizado pela invasão do Lorde das Trevas e seus aliados, os Comensais da Morte (aos quais se juntou surpreendentemente Severo Snape, o “Príncipe Mestiço”), resta ao trio de jovens heróis fugir a uma perseguição mortal e buscar os meios necessários para destruir as “orcruxes” restantes, onde Voldemort dividiu sua alma para não poder ser morto.

Por aí se vê a tensão nervosa que acompanha a película do princípio ao fim. Quando Hermione apaga a memória de seus parentes, sentimos a tragédia no ar: a hora decisiva chegou, parentes devem ser poupados; agora seremos nós (Harry, Hermione, Rony e alguns amigos) ou eles (Voldemort e seus “Comensais da Morte”).

Profundamente humana e sensível a cena em que Hermione e Harry dançam, aliviando a tensão. A cena em que Rony é tentado, pelo poder da terceira horcruxe, a duvidar de seus amigos, lembra uma cena de Sailor Moon, sobre essa prova de fogo da amizade. Os três amigos são como Davi diante de Golias. O nervosismo da trama iguala os episódios mais tensos e sombrios de Arquivo X”.

J.K. Rowling conseguiu algo que não tem precedentes na história da união entre cinema e literatura. Conseguiu que uma geração crescesse amando e acompanhando a série nos livros e na franquia. Nos bastidores foi ela quem conduziu as filmagens, e neste sétimo trabalho assumiu como co-produtora, o que provavelmente ocorrerá no oitavo e último título.

 

Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 2010.