DOCE NOVEMBRO
Ela desceu as escadas num ritmo frenético, ele saiu em disparada atrás de sua amada a fim de demovê–la de sua decisão. Ela correu rua à fora ate chegar à sua ponte favorita, ele a alcançou e a pegou pelo braço pedindo explicações, ela simplesmente chorou e olhou bem no fundo dos seus olhos e disse:
– eu não posso.
Não quero você metido nisso, quando chegar a hora preciso que esteja longe, bem longe de mim, não quero que me veja em degradação, guarde dentro de você em sua memória todos os momentos bons que passamos juntos.
Ela vendou seus olhos com sua echarpe e lhe sorveu um beijo, um doce beijo, tão doce quanto o Novembro.
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Este é um momento inenarrávelmente importante deste drama onde a mocinha tem uma doença terminal e sabedora da situação, quer a todo custo ter o controle de algo ou de alguém nem que seja por momentos ínfimos. Inicialmente ela queria apenas usá–los, os homens com que se envolvia como quem usa uma roupa de festa e tem que devolver para loja de aluguel, ele encantado com sua desenvoltura e loucura cai em sua doce armadilha. O tiro sai pela culatra, ela cai em seus encantos, se envolve, se apaixona e se desespera, pois não há mais volta, seu corpo deixará esta terra e ficará o sabor da estação envolvendo o seu mês encantado. Do filme – Doce Novembro.
Ana Cristina.