Deus da Carnificina - Análise SEM SPOILER

Há alguns anos já que o “boom” da internet e rede sociais aconteceu e junto veio várias coisas positivas como: aumento da informação, várias informações contidas no mesmo ambiente, interação com pessoas de outras cidades, países, continentes. Podemos à qualquer hora do dia abrir um navegador na internet entrar no Google e ao final do dia (ou antes mesmo disso) aprendemos alguma coisa nova ou descobrimos outras tantas no meio do caminho que sequer imaginássemos que existissem. Mas como sabemos nem tudo vem para o bem a internet propagou várias coisas tenebrosas também: Pornografia, pedofilia, cyber-bullying e etc, partindo desse ponto de vista percebemos que diferente do que foi escrito ali em cima, não foi a internet que trouxe algo de bom ou ruim ela é apenas uma ferramenta que tem que ser manuseada (não tem vida nem moral) é ai que achamos o ponto fraco dela: Nós.

Deus da Carnificina trabalha exatamente esse ponto fraco, juntando dois casais em um apartamento que hora parece grande outra pequeno ele trabalha a relação dessas pessoas de uma maneira extremamente teatral, mas não menos verdadeira. O longa de apenas um cenário e rico em diálogos ácidos e diretos nos mostra como estamos perdidos no meio de tanta informação que é adquirida de forma “simples” que nos agarramos a uma delas e a temos como verdade absoluta até que uma mais interessante apareça, é notório perceber os pensamentos e crenças de cada personagem vão saindo após alguns comentários antiquados ou alguns copos de whiski.

O que era pra ser apenas uma conversa de casais discutindo o que deve ser feito após a agressão do filho de um casal no outro arrancando dois dentes do mesmo passa a ser uma discussão de ideologias totalmente baseados em falácias e senso comum sem o menor senso de pudor ou respeito entre os envolvidos. As atuações teatrais são poderosíssimas para compreendermos o quanto somos parecidos com aqueles que estamos vendo e em vários momentos nos pegamos concordando com um ou outro em suas opiniões totalmente ofensivas e mal embasadas criando uma bola de neve que ao final não sabemos mais para quem dar a razão.

Justamente nisso que Roman Polanski mais acerta, em nenhum momento o diretor dá sua opinião ou favorece um lado ou outro ele está ali apenas como mais um espectador da grande barbárie que está acontecendo. E notamos que é justamente isso que acontece quando colocamos alguém com senso comum sobre o que é esquerda e direita conversando em um mesmo ambiente.

OBS: Notem como a câmera começa a ficar instável assim que a discussão fica mais acalorada e como a casa representa algo maior que um mero ambiente.

OBS2: Não fique preocupado caso você acha que os dois lados estão errados. O problema está se você acha que um está certo.

Willpsk
Enviado por Willpsk em 12/01/2016
Código do texto: T5508335
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