Tomates Verdes Fritos
Tomates Verdes Fritos. Era essa a especialidade do Café. Acabou. O trem levou todos. Alguns partiram debaixo de suas rodas, aquele que escapou ficou sem um braço e para não sofrer com o apelido de cotoco, participou logo de um sepultamento – do seu braço arrancado – para logo em seguida cair numa festa em comemoração ao apelido que viria a ter. Assim, souberam pular a raiva e a revolta que porventura surgissem.
Lá era assim, um lugar sem nada, um trem duas vezes por dia. Mas com um diferencial: duas mulheres e outros personagens que transformavam e se transformavam.
O tempo passou nas rodas do trem que um dia parou também com seus “ennnnnsssss”. A vila caiu aos poucos. O lago que um dia congelou e sumiu após o pouso e voo de um bando de patos selvagens vindos das montanhas geladas secou com outras histórias. Histórias como a da ostra que recebeu... da vila em ruínas, da casa demolida, do tempo de enganação e muitas outras. Ficaram a protagonista e as lembranças narradas para uma ouvinte muito especial. E ficou também uma vontade de viver que a morte não punha medo, aliás o trânsito das ruas foi comparado como pior do que a morte. Ficou um conhecimento das dores do sofrer e a da arte de fazer saborosos churrascos com a carne do inimigo. A alegria do teatro e do wisk, o encantamento de abelhas, as pescarias, a liberdade sem crenças...
Atéia convicta, porém, querida ao ponto de poder contar com o pastor, até porque ele era mais preocupado com a justiça terrena do que com a justiça divina.
Tomates Verdes Fritos, história de mulheres e para todos nós. O filme poderia ir só por essas linhas, mas tem muito mais de superação, humor e alegria. Tem de casamentos que podem ser revistos, por exemplo, sem que para isso haja grandes lances cinematográficos. Tem um recado social quando mostra o caminho para superar diferenças pessoais e conseguir o bom convívio.
Tomates Verdes Fritos é um filme que fala, sobretudo, de amizade.