Instinto Secreto (Mr.Brooks)
 
Em minha fase atual mais vejo filmes do que leio e este sobre o qual agora escrevo é um daqueles típicos que me levam a seguinte pergunta: Como conseguem fazer uma coisa assim tão ruim? Mordo a língua correndo porque nova pergunto vem engatilhada: como você conseguiu ver um filme tão ruim assim? se bem que a idéia nem seja tão ruim assim porque tem como narrativa básica a história de O médico e o Monstro – um cidadão acima de qualquer suspeita que esconde dentro de si um assassino cruel, mas extremamente inteligente.E a gente face a tanta burrice acaba torcendo pelo bandido mesmo considerando o fato de que eu não acredito nessa possibilidade: alguém que possa ter um duplo completamente o oposto do que ele realmente aparenta ser. Não existem monstros dentro de santos – os monstros apenas se disfarçam, mas continuam a ser o que são.
 
Pois é, vi. Queria ver o final. Um gancho enorme para um próximo filme. Que espero, não seja feito. E se feito não passe na TV, fechada ou aberta. Porque se passar e eu ficar sabendo, certamente verei. Para ver o final.Sou fascinada pelos finais como se houvesse possibilidade de haver um final definitivo nessa vida terrena que não seja a morte.
 
Mr. Brooks é Kevin Costner, executivo de sucesso e serial killer, também de sucesso. Ele tem um alter ego, Willian Hurt, com o qual conversa descaradamente. O telespectador vê tudo, os outros personagens da história, não. Mr. Brooks conversa o tempo todo com Deus, rezando a oração da serenidade, aquela que todos os viciados e impacientes precisam rezar – só por um dia, Daí me forças senhor. Apesar do prazer que sente ao matar ele não quer matar. Preferia não ter o vício que tem.   
Earl Brooks não costuma cometer erros – até o dia em que é filmado cometendo o seu último crime – e é aí que as coisas começam a complicar. Ou não, porque o chantagista não é nada inteligente. Além de medroso e mijão.
 
Na história tem também uma mocinha – a policial milionária Demi Moore, as voltas com um ex-marido explorador e outro serial killer que fugiu da cadeia. E a família de Mr. Brooks : mulher e filha universitária.

Uma profunda admiração une o serial killer a policial. A tal ponto que ele a ajuda a pegar o seu colega de profissão fujão. E é possível deduzir o estreitamento das relações entre ambos em um próximo filme, caso haja. O que não seria de todo mal pois não só os opostos se atraem - os semelhantes também embora isso não seja nenhuma lei cientifica. Os dois têm em comum uma profunda inteligência e um orgulho desmedido pelo que fazem. Bem feito.