Príncipe da Pérsia – As Areias do Tempo
Príncipe da Pérsia – As Areias do Tempo
(Prince of Persia: The Sands of Times, 2010)
“Um príncipe guerreiro (Jake Gyllenhaal) relutantemente une forças com um a misteriosa princesa (Gemma Arterton) e, juntos, eles lutam contra forças obscuras para proteger uma antiga adaga capaz de liberar as Areis do Tempo – um dom dos deuses que dá à pessoa que o possui o poder de ‘voltar no tempo e assim’ (meu) controlar o mundo”, com esta sinopse simples e mágica o filme se desenvolve como qualquer outro filme de ação e aventura, ao melhor estilo de “A Múmia” (1999), “Indiana Jones” (2008), e tantos outros que seguem este ritmo e premissa. E o que tem de novo para se apreciar além de muita ação com sequências de tirar o fôlego e quase que humanamente impossíveis; magia e mistérios que podem interferir no curso natural do mundo, e assim levar a sua destruição; princesas lindas e um herói com ego grande e um coração maior ainda; e sem falar nos conflitos emocionais entre os protagonistas que dão um tempero a mais na narrativa com bom humor e carisma? Bem, tudo isso e um que a mais, uma intriga interna no reino bota o príncipe como vilão e ele terá que provar sua inocência e revelar o verdadeiro malfeitor trazendo a paz e prosperidade ao reino, junto com sua futura rainha.
Realmente encontrar novos elementos neste filme, que o torne original no seu enredo não é uma tarefa fácil e nem (tão) necessária, afinal o filme desde o início se propõe a ser o que sua sinopse já nos aponta, ser o filme para toda a família se reunir na sala com muita pipoca e refri, afinal é para isso que ele foi feito. Uma particularidade mim atentou foi o fato do príncipe Dastan, que era um menino de rua que foi adotado pelo rei Sharaman. Quinze anos depois ajuda aos outros irmãos invadir uma cidade sagrada, onde conhece o misteriosa princesa, e depois nas comemorações pela vitória, seu pai é morto, de maneira que a culpa recai sobre Dastan, que foge com a princesa Tamina, com quem fica sabendo do poder da adaga que pode fazer o seu possuidor retornar no tempo, e partem em busca das Areias do Tempo.
O filme é a primeira adaptação do jogo eletrônico criado por Jordan Mechner, que participou do roteiro, o que promete ser uma trilogia, com o mesmo personagem, digo isso, pois é sabido pelos adeptos dos jogos que o Príncipe da Pérsia não é o mesmo personagem em todas as sequências dos jogos, por exemplo, este Dastan, presente no filme, é a quarta versão, como consta nos anais da rede mundial. Contudo isso não interfere no enredo, afinal o jogo assim como o enredo oferece um universo grande e amplo, dando liberdade para se criar e brincar com os personagens.
Sobre a fidelidade em adaptação (jogo/filme), não será feito nenhuma impressão pelo fato de não conhecer os jogos na integra, contudo posso dizer que se tratando de filme/diversão/ação/fantasia ele se garante, afinal o nome responsável pela produção é ninguém mais do que um dos maiores produtores de filmes de ação e blockbusters, Jerry Bruckheimer, realizador de filmes como: “A Rocha” (1996); “Armageddon” (1998); e mais recentemente a franquia Piratas do Caribe iniciada em 2003, entre outros.
A direção é do então menos lembrado Mike Newell, responsável por filmes já consagrados como: “Quatro Casamentos e um Funeral” (1993); “O Sorriso de Mona Lisa” (2003), e o menos feliz “Harry Potter e o Cálice de Fogo” (2005). Newell se mostra competente no requisito ação, contudo é perceptível a falta de uma direção mais firme e objetiva quanto ao desenrolar da trama, o que prejudica na proposta de nos fazer simpatizar pelo protagonista, que não consegue ser realmente o príncipe guerreiro. E olha que Gyllenhaa tenta ser um ator de ação, mas seu tipo físico parece fora do universo épico que o texto promete, infelizmente foi uma escolha equivocada, não que ele seja ruim como ator, nada disso, ele estar ótimo em “Donnie Darko” (2001) e “A Prova” (2005); se destacou mundialmente pelo seu papel polêmico em “Brokeback Mountain” (2005).
Então agora é só ir a locadora mais próxima e levar para casa o DVD, e curtir juntinho com seus filhos, amigos, ou mesmo só, é um filme leve, e como todo filme de classificação LIVRE, mesmo com as cenas de lutas e mortes, o filme quase que não mostra sangue, o que é uma característica dos filmes distribuídos pela Disney. Então o sinal esta livre para diversão.
Elenco: Gemma Arterton, Jake Gyllenhaal, Ben Kingsley, Alfred Molina, Dave Pope, Thomas DuPont, Steve Toussaint, Toby Kebbell.
Direção: Mike Newell
Gênero: Aventura
Duração: 116 min.
Distribuidora: Disney Pictures
Texto postado originalmente em www.evandrosal.com