Como Treinar o seu Dragão

A mais nova animação da Dreamworks propõe uma divertida imersão ao mundo bárbaro dos vikings e dos fantásticos dragões, figuras mitológicas que permanecem no imaginário de crianças e adultos há centenas de anos.

A história de um menino de baixa auto-estima e diferente de todas as outras crianças da aldeia que surpreende a todos com dons que ninguém achava que ele possuía, não prima pela originalidade. Mas o grande mérito do filme é o carisma dos seus personagens, o garoto Soluço, principalmente e da edição cuidadosa.

Desengoçado, fraco e magricela, Soluço vê a possibilidade de ser respeitado pelos outros vikings quando aprisiona e torna-se amigo do dragão mais perigoso que se tem notícia. A trama evoca sentimentos como a amizade e o preconceito de maneira natural, apesar dos furos e da obviedade de um roteiro feito à dez mãos, pelos roteiristas Dean DeBlois, Adam F. Goldberg, Chris Sanders e Peter Tolan.

O visual é bem realista, ajudado pela excelente direção de arte e fotografia, que o torna ainda mais grandioso e envolvente. As cenas de ação são muito bem feitas e surpreendem até os mais grandinhos, porém as resoluções e desfecho "infantis" frustam o público mais velho, já que o filme ainda não havia assumido o seu viés infantil. O roteiro é sem dúvida o elo mais fraco da animação. Apesar de criar personagens divertidos e carismáticos, burla as próprias lógicas criadas no decorrer da história, como a que os dragões não podem soltar baforadas de fogo com a cabeça molhada.

"Como Treinar o Seu Dragão" é talvez o melhor trabalho da Dreamworks depois de Shrek. Um trabalho acima da média, bem cuidadoso e competente, com discussões interessantes, que deve conquistar em cheio o público infantil e cair no gosto dos mais grandinhos também.

Nota: 7,0

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