Sherlock Holmes
Esqueçam a figura sisuda, de posse de sua inseparável lupa e de emblemáticas frases como "Elementar, meu caro Watson". O novo Sherlock Holmes, (Robert Downey Jr.) que chega às telas de cinema de todo o Brasil, é bem diferente do que os fãs acostumaram a acompanhar nos escritos de Arthur Conan Doyle. Trata-se de uma versão remasterizada e pop, influenciada decisivamente pela HQ, que tem o legítimo objetivo de divertir o seu público, sem abrir mão de determinadas características do detetive mais famoso do mundo.
Para os leitores de revistas de celebridades, Guy Ritchie é apenas o ex-marido da musa pop Madonna, mas para o grande público cinéfilo, o cineasta é sinônimo de inovação, com obras pouco convecionais e a mistura explosiva e repleta de sarcasmo de belíssimas cenas de luta e ação com uma comédia inteligente. Em Sherlock Holmes não é diferente. Ritchie concede habilidades de lutas marciais e um ar mais pop ao consagrado detetive. Destaque para a excelente e divertida atuação de Robert Downey Jr.
A história se passa na Londres no período vitoriano e marca o que seria o fim da parceria de Holmes com Watson, (Jude Law) em virtude do casamento deste último. Como último caso, eles precisam desvendar o mistério que envolve magia negra, o futuro da Inglaterra e a figura macabra do Lorde Blackwood(Mark Strong). O filme deve ser encarado como puro entretenimento e talvez o grande pecado de Guy Ritchie foi a busca por tentar tornar o filme digerível para todos os espectadores e de convencer na marra que a trama merece uma franquia.
Excessos de explicações enfraquecem a força narrativa do filme, assim como a repetição de tomadas amplas, captando boa parte da Londres da época serve apenas para mostrar o trabalho de recriação da cidade e não nos tem muito a dizer. Em alguns momentos a narrativa e as cenas trazem no seu bojo um ar arrogante de quem quer ser mais do que realmente representa. As cenas de luta e os efeitos especiais devem fascinar o público menos exigente e confirmar o sucesso que o filme obteve nos Estados Unidos.
A estrutura narrativa convencional deve decepcionar boa parte da legião de fãs do cineasta. A divertida trilha sonora assinada por Hans Zimmer é responsável por ser o fio condutor da narrativa ef az isso muito bem. Não é o melhor trabalho Ritchie, mas com certeza é um dos melhores filmes do gênero, que diverte e traz boas imagens de uma Londres inebriante, de tons de cinza e personagens misteriosos.
Nota: 7,0
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