Los Angeles, cidade proibida.
Fazer uma resenha sobre um filme já resenhado por Bernard Gontier é uma ousadia sem tamanho. Mas rever um filme após ler uma resenha do Bernard é uma necessidade imperiosa. A primeira vez que vi o filme vi só com os meus olhos. Agora vejo também com os olhos do Bernard. Ou pelo menos, com os olhos que leram a resenha que ele fez e tiveram uma nova perspectiva para observar.
O filme foi baseado no livro do mesmo nome escrito por James Elroy um velho conhecido meu, autor de ótimos e complexos romances policiais, na linha também denominada noir, cheios de personagens sem nenhuma moral que vivem no chamado submundo. Entendendo-se aqui por submundo não só os oficialmente fora da lei, mas também os oficialmente dentro da lei, porque não existe muita diferença entre um e outro. É tênue a linha que os separa e um vive ultrapassando o limite do outro.
Apesar de, indiscutivelmente ser um filme ‘noir” é fascinante perceber a luminosidade das cenas diurnas que mostram uma cidade com as bonita casas americanas sejam elas casinhas ou casarões, não importa.O que importa é que dá uma grande vontade de morar nelas. E a gente fica sem saber qual é a vida real naquela cidade a diurna ou a noturna, a das sombras da noite, dos lugares escusos ou os luminosos através dos quais o sonho americano é vendido.
Bem no comecinho já dá para perceber que não é um filme bom para ser visto nesta época do ano porque em vez de reabsorver o espírito natalino que desaparece assim que o ano termina e só volta quando ele está prestes a terminar de novo, vamos é fugir deles. E o mais interessante é que o modo de vida americano é adotado por todos, bandidos ou não. Uma das cenas de violência contra a mulher se dá exatamente em uma casa de subúrbio toda enfeitada para as festas de final de anos, com muita luminosidade.
O roteiro não é uma cópia do livro. De suas inúmeras tramas foram escolhidas três, nas quais estão envolvidos os personagens principais: os três detetives, cada um com seu passado influenciando o seu jeito de viver a vida e encarar o que é certo e errado e todos eles em um certo momento fazendo concessões sobre aquilo que acreditam. Apesar disso, e de ser um roteiro adaptado excelente, tem horas que a gente fica meio perdido.
O que se desprende dessa confusão toda é que é muito difícil se livrar dos caminhos para onde as ilusões nos levaram, mas é possível. Porque ninguém escolhe ser prostituta ou bandido ou policial corrupto ou honesto – somos escolhidos pelas condições que a vida nos ofereceu em determinada ocasião. Mas estas condições também podem ser mudadas quando compreendidas.
Um filme que apesar da quantidade de sangue derramado vale a pena ser visto. E revisto.
Fazer uma resenha sobre um filme já resenhado por Bernard Gontier é uma ousadia sem tamanho. Mas rever um filme após ler uma resenha do Bernard é uma necessidade imperiosa. A primeira vez que vi o filme vi só com os meus olhos. Agora vejo também com os olhos do Bernard. Ou pelo menos, com os olhos que leram a resenha que ele fez e tiveram uma nova perspectiva para observar.
O filme foi baseado no livro do mesmo nome escrito por James Elroy um velho conhecido meu, autor de ótimos e complexos romances policiais, na linha também denominada noir, cheios de personagens sem nenhuma moral que vivem no chamado submundo. Entendendo-se aqui por submundo não só os oficialmente fora da lei, mas também os oficialmente dentro da lei, porque não existe muita diferença entre um e outro. É tênue a linha que os separa e um vive ultrapassando o limite do outro.
Apesar de, indiscutivelmente ser um filme ‘noir” é fascinante perceber a luminosidade das cenas diurnas que mostram uma cidade com as bonita casas americanas sejam elas casinhas ou casarões, não importa.O que importa é que dá uma grande vontade de morar nelas. E a gente fica sem saber qual é a vida real naquela cidade a diurna ou a noturna, a das sombras da noite, dos lugares escusos ou os luminosos através dos quais o sonho americano é vendido.
Bem no comecinho já dá para perceber que não é um filme bom para ser visto nesta época do ano porque em vez de reabsorver o espírito natalino que desaparece assim que o ano termina e só volta quando ele está prestes a terminar de novo, vamos é fugir deles. E o mais interessante é que o modo de vida americano é adotado por todos, bandidos ou não. Uma das cenas de violência contra a mulher se dá exatamente em uma casa de subúrbio toda enfeitada para as festas de final de anos, com muita luminosidade.
Dez anos não foram suficientes para envelhecer este filme. Datado de 1997 continua atual tanto em sua qualidade cinematográfica quanto na realidade vivida nas grandes cidades, seja época de Natal ou não.
Não que eu tenha contado, mas alguem contou e eu fiquei sabendo: o filme tem 80 personagens com falas, cinquenta locações diferentes e trinta assassinatos.É um pouco demais para meu gosto principalmente quando morre gente que eu não queria que morresse.
O roteiro não é uma cópia do livro. De suas inúmeras tramas foram escolhidas três, nas quais estão envolvidos os personagens principais: os três detetives, cada um com seu passado influenciando o seu jeito de viver a vida e encarar o que é certo e errado e todos eles em um certo momento fazendo concessões sobre aquilo que acreditam. Apesar disso, e de ser um roteiro adaptado excelente, tem horas que a gente fica meio perdido.
O que se desprende dessa confusão toda é que é muito difícil se livrar dos caminhos para onde as ilusões nos levaram, mas é possível. Porque ninguém escolhe ser prostituta ou bandido ou policial corrupto ou honesto – somos escolhidos pelas condições que a vida nos ofereceu em determinada ocasião. Mas estas condições também podem ser mudadas quando compreendidas.
Um filme que apesar da quantidade de sangue derramado vale a pena ser visto. E revisto.