O Informante (The Insider)




Vi O Informante e não posso definir se gostei ou não. Acho que para descobrir terei que fazer uma lista com duas colunas – as coisas boas e as coisas ruins. Entre as coisas boas, de cara cito a interpretação dos três atores principais: Al Pacino ( o produtor do Programa da CBS – Sessenta minutos), Russel Crowe( O Informante) e Christopher Plummer ( O entrevistador do Programa). Sem reparos negativos. Três monstros da interpretação. De ruim, principalmente o roteiro. Confuso e pobre. Artificial.

Lançado em 1998 o filme é baseado em uma fato verdadeiro. O Programa da CBS, Sessenta Minutos, produz um programa com as denúncias do cientista Jeffrey Wigand, recentemente despedido de uma multinacional da produção de cigarros, onde também era um alto executivo. Mas cedendo as pressões internas e externas o programa não é apresentado. A idéia para o filme veio de um artigo publicado a respeito por Marie Brenner. A partir desse artigo, Michael Mann que também foi o diretor do filme  e Erich Roth prepararam o roteiro. Que inclusive foi uma das sete indicações ao Oscar que o filme recebeu.

Mas por que não gostei do roteiro? Primeiro, acho que se perdeu muito tempo logo no início do filme mostrando a conclusão de uma reportagem que absolutamente não teria nada a ver com o restante da história. Acho que deveria ter sido abreviado. Mil e uma soluções mais dinâmicas poderiam ser encontradas. Também não se definiu a real motivação do informante para agir como agiu.Apesar dele ter agido realmente como um ser humano: completamente incoerente.

Mas para que falar de coisas que não gostei se posso falar das que gostei? Russel Crowe interpreta um homem tímido, inseguro, cheio de tiques e toques, com muitos senões em seu caráter. Além de tudo, acima do peso. Não dá para perceber no protagonista o queridinho das mulheres do mundo inteiro. Al Pacino é Al Pacino. O baixinho se agiganta em qualquer papel que representa. Christopher Plummer, sempre correto. Já não é mais o Barão Von Trapp mas quando aparece nos faz lembrar dele. Ainda temos os papeis femininos, representando as mulheres de Pacino e Crowe. A mulher de Wigand é uma naja, como está muito em voga dizer ultimamente quando estamos em frente de um ser humano mais asqueroso do que um réptil. O emprego findou, o dinheiro acabou, a casa foi vendida? Bye Bye marido, pensei que era amor, mas não era.

Por outro lado o filme trata de algumas motivações humanas muito importantes. A importância da ética, o valor da palavra, o peso do dinheiro em nossas escolhas mas principalmente a força e o poder dos conglomerados decidindo o quanto vale a vida humana – nada.