A Balança

Ao julgarmos nossas competências, talvez nos demitiríamos. Sendo descortês, como de costume, nos sacramentamos como incapazes. Assim fazemos com o restante que nos cerca. Almejamos sempre romper o calcanhar de aquiles, porém com lâmina cega. Por qual motivo não nos saciamos com o aprendizado? Aceitamos o legado? De sermos logrados, a nossa própria aceitação... Fácil seria se empunhássemos o dardo com força, e soltássemos leve, como pluma, e bailássemos. O que nossa prole busca é aquém de seus princípios. Além do que pode, prosperando em culturas incestas, com raízes pradas, em solos rígidos, lutando contra o próprio propósito da evolução da estirpe. Em sociedade evoluiu tal ser... Evolução? Ou Dispersão? Digo dispersão da massa cinzenta caro leitor. Ao entendermos O Homem no Mundo, ultrapassamos mitos gregos, findamos a obsessão, iniciamos a libertação, ungindo sua vida, a qual não sabemos definir, apenas sentir. Se a esperança também morre, saberíamos a data dessa lápide, cada metro desse entremeado penhasco, pois nossos sentidos seriam esquecidos, e a carne apodrecida. Mas esta persiste, mesmo em calabouço enrustido, com fartura embebida, nos assola e nos vacina. Aguardo a sensibilização dos que enxergam esse arquétipo da vida como justo, sensível às necessidades reais do nosso sistema vivo, como operante e satisfatório, me apresentarem o balanço e o contra cheque deste negócio nomeado Planeta Terra S.A. Bem, mas não me importo tanto quanto parece, pelo explicitado acima, apenas me aprofundo na prece e esqueço a rima, quantifico apenas o que perece e enxergo o ser humano fazendo curva em cada quina. Motejo imergir cada vez mais em mim, primeiro, em paralelo liberar o touro da nossa alma, exaltar a oportunidade desse viveiro, dessa passagem se lambuzar com calma, sem despertar ligeiro. Se o capital e o sistema monetário valem toda a evapotranspiração, que sejamos um poltrão, prostrado em plena ascensão, guiados por mera ilusão. Espero da massa a apropriação, do interesse que lhe cabe, pesa, mas lhe é fortuna considerada, meramente postada, com endereço certo, porém com pretensão limitada. Se tua mina ceca ao soterrar tua fonte, não se engane meu velho, você está apenas se inserindo no fado. Se tua vida se entremeia aos montes, pesquise no Aurélio, da vida o significado. Fica difícil descrever aqui tudo que gera este papo, como se fosse um fiapo, de uma cama de gato, que o ser humano se enovelou. Mas não se esqueça de fato, que o modismo breaco, seu produto abstrato, a culpa em um ato, se modifica como casulo inato, sua balança contém um prato.

Leonardo Pitanga
Enviado por Leonardo Pitanga em 06/05/2020
Reeditado em 24/05/2020
Código do texto: T6939329
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