Resenha da teorias de Marx: ponderações e limites

Por muito tempo, repensei o neomarxismo e alguns anexos da fé cristã. Prefiro a utopia cristã!

Porque Marx rechaçou sua fé não tenho que fazer isso a minha. Preferiu ser um profeta maldito e negar a fé como valor coletivo da herança judaico-cristã. Pretendeu substituir a fé pela evolução social e o primado da matéria e da história das revoluções à compreensão dialética do diálogo e a luta não armada pelas condições de dignidade do trabalhador, que continua alienado dentro do sistema capitalista. Prefiro a doutrina social da Igreja e da união respeitosa entre as igrejas e religiões. Deus quer a nossa conversão e justiça, embora tudo aqui seja imperfeito (marcado pelo egoísmo). Mas, onde superabundou a miséria a graça é maior: somos todos gente e filhos de Deus, embora nem sempre nos comportamos como tais. O capitalismo nos sujeita ao dinheiro; o socialismo nos aprisiona no coletivismo e na tirania do Estado, nosso maior Ego ou superego. Não há, historicamente, nenhum Estado e sistema político perfeito. Onde estiver o homem e a mulher, haverá imperfeição e erros ou equívocos.

As previsões de Marx não acontecerão e o capitalismo global está muito forte, gerando injustiça em imigrantes e nos países pobres. Nos países ricos, a distância entre ricos e pobres é ainda grande e absurda. Uma vergonha.

A Igreja propõe justiça social e distribuição do capital entre as camadas operárias. O poder da espada é massacrante e injusto. Não se constrói uma sociedade justa (utopia) em cima da injustiça e corrupção. Ora, se somos corruptíveis e votamos nos corruptos não podemos contemplar um sistema justo porque nosso voto sujo mantém o sistema iníquo.

Para mim, Cristo é o salvador e Marx é um desesperado pela crença do historicismo.

Se precisamos de prudência contra o fanatismo religioso, o marxismo não é a solução filosófica de honra para salvar a história. Deus não morreu! Continua vivo em Cristo Ressuscitado! O deus da filosofia é paradoxal: a ele, Nietzsche decretou morte.

Alguns colocaram sua crença em Marx e abandonaram Cristo, infelizmente.

Deus é maior e pode nos convidar a cada momento à abertura da Fé. Ter fé não é menos importante do que saber sobre o marxismo. Que pena que alguns deixaram morrer sua fé em nome de ideologias...

A fé precisa de amadurecer como nosso ser, nosso intelecto, nas opções... A fé infantil não resistiria aos ataques de uma ideologia...

João Bosco – evangelizador católico e educador cristão.

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“A beleza de uma frase nem sempre é proporcional à sua verdade.” Eguinaldo Hélio de Souza

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Os filósofos têm interpretado o mundo de várias maneiras. O que importa é mudá-lo

Karl Marx

Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão. (Is 65.17)

A frase de Karl Marx em epígrafe é sem dúvida muito bonita. Na verdade possui um conteúdo ideológico tão grandioso que incendiou o mundo. Toda uma geração sacrificou seus melhores anos por este “evangelho”. Os jovens queriam ser os transformadores do seu tempo, pois agora conheciam a receita. Basta lembrar o Exército Vermelho de Mao Tse Tung na revolução cultural de 1959 . Jovens seguiam matando intelectuais e burgueses crendo que através disto estariam destruindo a velha ordem e implantando a nova. No Camboja, onde não havia armas de fogo suficiente, a carnificina era feita com facas, machados e porretes.

Não entendiam isto como um crime, mas como o caminho mais curto e necessário para “mudar o mundo”, que não aceitava as proposições de sua doutrina. Não estamos falando de especulações e sim de História real e bem documentada.

A beleza de uma frase nem sempre é proporcional à sua verdade. A retórica pode empolgar, mas isto não significa que sempre conduzirá pelo caminho mais correto. Não há nada errado em querer melhorar as condições de vidas das pessoas e lutar por uma situação mais digna. O comunismo, porém falava em redenção em sentido mais amplo, cosmológico em seu alcance.

Eguinaldo Hélio de Souza

BIBLIOGRAFIA

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DOYON, Jacques. Cristologia para o nosso tempo. São Paulol: Edições Paulinas, 1970

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BARBUY, Heraldo. Marxismo e Religião. Rio de Janeiro: Dominus Editora, 1963.

WUMBRAND, Richard. Era Karl Marx um Satanista? Rio de Janeiro: Voz dos Mártires, 1980

MARX, Karl e ENGELS, Friederich. O Manifesto do Partido Comunista, Rio de Janeiro: Global Editora, 1986.

POPPER, Karl. A Miséria do Historicismo. São Paulo: Cultrix, EDUSP, 1980 .

J B Pereira e J B Pereira e http://www.cacp.org.br/o-marxismo-na-visao-de-um-apologista-cristao/
Enviado por J B Pereira em 11/06/2014
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