Poeta Sérgio Vaz E O Prazer De ler Poesias.
'Sonhei que as mulheres e os homens não tinham coisas,
mas sentimentos.
E em sinal de alegria plantavam suas orações
não de mãos esplanadas, mas de braços dados com o milagre do dia.''
Sérgio Vaz.
Quem não tem nada pra dizer é porque ainda há muito para ler. Se não consegue escrever um bom texto é porque ainda não leu o suficiente para ter novas ideias. É o que meus professores diziam quando mandavam escrever algo cujo o interesse pelos temas partiam mais deles do que de nós mesmos. Escrever algo por obrigação é uma das coisas mais terríveis da escola, principalmente quando é para cumprir um prazo. Todo escritor, certamente sofre com isso.
Hoje, escrevo sem essa pretensão. Não sou escritora e não ganho por isso. Escrevo só para compartilhar o que penso. Adoraria ser uma boa escritora um dia. Admiro quem consegue viver apenas disso. Apesar de todo lado negativo que todo emprego tem. Exigências, prazos, medo, ansiedade... A gente nunca sabe o que o leitor está pensando até sair alguma resenha ou comentário citando o seu nome nas redes sociais ou jornais e revistas (isso quando é famoso). Enfim... Só quero dizer que o motivo pelo qual escrevo, tem nome e é mais conhecido como Poeta Sérgio Vaz.
Quero que saiba antes de tudo que nunca fui muito fã de poesias. Na adolescência só queria saber mesmo dos romances e dos clássicos. Adorava me imaginar na pele dos personagens. Talvez seja por conta da linguagem. É mais fácil de entreter e entender a trama. A poesia sempre me pareceu ‘’sem graça’’. Não conseguia me sentir na pele do autor, muito menos sofrer junto com ele. Tenho mais sensibilidade com a música. Poesia e música fazem uma combinação perfeita. Essa não tem como não se banhar em lágrimas, principalmente quando nos faz lembrar alguém ou um acontecimento, ou apenas por ser melancólica. Bem... Isso tudo até conhecer o poeta que me ‘’apresentou’’a poesia como deve ser, nua e crua. Sem falsidade, simples e rica em sua forma.
Que me perdoem os demais poetas e poetisas brasileiros que fazem da poesia um ‘’jogo’’ de palavras tão bem feitas e tão aclamadas na esfera Cult da sociedade. Aqueles que só se encontram nas mãos de um estudante se preparando para o vestibular ou num barzinho, acompanhado de uma boa bebida e o toque de um piano, ou nos saraus. Mas prefiro a poesia que consegue tocar o coração de qualquer pessoa, aquela que não precisa de palavras difíceis, complicadas ou grandes demais para ganhar o ‘’respeito’’ do leitor ou da crítica. Prefiro a simplicidade.
Se não me identifico com o que leio, não choco, não rio e nem me emociono com a leitura, de que adianta continuar nessa ‘’viagem’’ sem rumo? Se não me identifico com o que leio, não me sinto curiosa, valerá a pena continuar até o final? Pra quê? Assim também é a poesia. Para mim, ela só é bela quando consegue tocar o íntimo daqueles que leem. Deve ser direta, forte, nua e crua. Se houver fantasia, que ela me deixe sonhar junto, sem medo de quebrar a cara. Assim é a poesia que merece ser reconhecida. De forma mais simples, prefiro a poesia para o ‘’povão’’. Isto é, aquela que sirva tanto para o pobre quanto para o rico. Capaz de ser entendida numa única leitura e capaz de permanecer na mente por muito tempo.
Poesias assim deveriam ser obrigatórias nas escolas, em qualquer canto onde rege a educação. Desde o berço familiar às instituições escolares. Na favela, no bairro, nos bares, nos encontros com os amigos. Poesia não deveria ser obrigatória pela sua forma de escrita e nem para mostrar para o outro que pode entender metáforas. Ou para se mostrar que sabe algo. Poesia deveria ser lida por prazer, deve ser digerida assim como a comida. Sem se preocupar com os detalhes da escrita. O que vejo de rico nas poesias do Sérgio Vaz é o poder de tocar o outro pela simplicidade e poucos fazem isso.
Muitos acreditam que há pessoas que não gostam de ler. Apenas puro engano. As pessoas leem aquilo que lhe interessam. Assim como nosso cérebro que costuma guardar somente o que é útil, necessário. Rubem Alves costuma dizer que ''o tolo soma ferramentas. O sábio diminui. O importante não é ter. É saber onde encontrar’’. Da mesma forma é a leitura. Leio aquilo que me dá curiosidade para chegar até o final.
Como disse, não tenho costume de ler poesias. Mas se descubro algo que me agrada ,procuro ir fundo. Choro e enlouqueço quando termino as páginas. Obrigar alguém a ler aquilo que não lhe interessa é como obrigar um roqueiro a ouvir axé ou vice- versa. Como diz o poeta Sérgio Vaz: as pessoas gostam de ler, mas não sabem disso.