RELAÇÕES INTERPESSOAIS, ÉTICA E TRABALHO COLETIVO NA ESCOLA

PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR

DISCIPLINA: RELAÇÕES INTERPESSOAIS, ÉTICA E TRABALHO COLETIVO NA ESCOLA

Alunos (as):

Priscila M.T.R Leocádio

Angela Regina Bragagnolo Oliveira

Reginaldo Delício

Tatiana Galante

José João Bosco Pereira

João Paulo Pontes Ferreira

A ESCOLA BRASILEIRA ESTÁ PROMOVENDO GESTÃO ÉTICA E DE RELAÇÕES INTERPESSOAIS?

Atualmente, a instituição escolar vive uma dicotomia que nos leva a promover uma discussão sobre a ética e seus ditames. Acredita-se que a escola promove parcialmente essa Gestão Ética e que endossa relação Interpessoal, embora nos insurja complexa e imperfeita. Nem por isso, mesmo importante e fundamental-fundante nas atividades pedagógicas e âmbito das convivialidades dos diversos setores e níveis da escola como espaço de gestão democrática em constantes e possíveis mudanças para o bem da educação e da comunidade, meta e fim da educação popular de qualidade. Existem alguns entraves que impedem uma plena aplicação dos princípios éticos na escola como as contradições do cotidiano, a falta de empenho de algumas pessoas talvez devido à imaturidade e querelas políticas e não aceitação do outro como diferente. A ética se constitui sempre como um horizonte hermenêutico, epistemológico e heurístico das relações humanas, avaliando e ponderando costumes (ethos no grego) e a axiologia dos valores morais ou da moralidade prática (visão crítica dos valores culturais.),

Se não podemos isolar a educação da ética, nem das práticas culturais, sejam em impulsos globalizante, sejam em condicionamentos mais localistas. Há de se descer do pedestal para educar, vendo o educando como um ser em formação e com quem se pode aprender também. Se não for assim, a escola peca pela mera reprodução de educação burguesa. O problema da democracia que se depara hoje é a falta de infraestrutura educacional, às vezes, até material (como condições dos prédios, banheiros, sala de aula em condições precárias...). É terrível a má gestão escolar, a debandada ou falta de seriedade do corpo docente, a mentalidade assistencialista que os governos vêm alimentando à população do Brasil durante séculos, desvio de verbas, a não atualização do corpo de professores, os salários mesquinhos pagos aos educadores (até quando, meu Deus?...), o apego ao passado como solução de um presente fragmentado que vem nos desafiando na prática pedagógica na sala de aula hodiernamente...

Tantos os entraves à ética, nem por isso devamos ser antiéticos e negarmos nosso poder e valor frente aos desafios à educação de qualidade e qualidade na educação democrática, popular... Há professores que se dedicam mais ao particular, porque ganham mais do que aos empregos estaduais e municipais... Isso é muito ruim, porque se perde a qualidade e tempo na educação popular em busca de sua possível qualidade.

Segundo muito teóricos, o principal impedimento se dá quando forças externas a instituição escolar promovem mudanças estruturais e na práxis do cotidiano. A ação política – “politiqueira” - interfere na instituição, o que impede que gestores, professores e comunidade escolar vivam eticamente o seu cotidiano, pois ainda existem privilégios decorrentes dessa ação política (antidemocrática, antiética, antifuncional) que é, portanto, prejudicial ao processo educativo de gestar uma escola melhor, visivelmente comprometida com as suas crianças e seus professores.

Os diversos programas de apoio assistencial promovem uma rede de proteção em torno do aluno, que é cuidado, alimentado e tem atendimento médico-psicológico e com outros profissionais, passos e conquistar de uma longa luta popular ou democrática histórica. O risco de assistencialismo é reclamado por classes burguesas que veem com mãos olhos esses avanços. Por outro lado, sabe-se que o assistencialismo compromete a qualidade da educação e da vida comunitária e dispersam energias e iniciativas para que a sociedade civil se organize e gere nas famílias mais populares ou pobres condições saudáveis de gerenciar seus destinos e a educação concreta e boa para seus filhos e as novas gerações.

Porém, uma melhor infraestrutura e políticas públicas não corruptas ainda são necessárias para que os princípios éticos (Cuidado! Não confundamos ética com costume – mesmo que a palavra grega ethos nos remeta a costumes. Ética não são moralismos ou reducionismos ideológicos e de interesses de grupos do poder. Claro que toda ética é localizada, elaborada pelas culturas e atores sociais e educacionais envolvidos na educação e escolarização de nossos filhos e alunos. Ética se refere à dinâmica de reflexão e de aplicação de valores morais para a sociedade e a favor da sociedade). Os princípios éticos ou morais sejam expostos e vividos por todos como realidade objetiva e subjetiva de modo saudável e crítico, como instância promotora de uma Gestão verdadeiramente democrática e humana, solidária e em busca de justiça e qualidade a favor da pessoa humana, independente de credo, etnia, ideologias.

Outra percepção que é vista como predominante é a de que o governo enquanto promotor de políticas públicas não implanta uma metodologia que norteie os Sistemas de Ensino estaduais e municipais. Isso leva a uma gestão que é demasiado global, meramente elitizante ou padrão. Esquece-se o local, não se obedecendo a uma filosofia norteadora em tempos de crise em uma sociedade global, fragmentar e dispersiva.

Dessa forma, o relacionamento interpessoal vive a realidade local, o que pode ainda assim levar a paradoxo (porque nenhum sistema social e educacional está isento de contradições e imperfeições, porque nele há outros interesses e motivações que escamoteiam o projeto pedagógico da escola e da comunidade, onde a educação se acha inserida). É preciso a gestão democrática e ética rever sempre tais distorções no processo de acordo com a realidade das Unidades Escolares, considerando-se suas particularidades, seus anseios, desafios e o projeto pedagógico, atualizando-o e discutindo questões inescapáveis e irredutíveis do ponto de vista afetivo, ético e político. Da educação é política e exige resultado ético à comunidade e esta deve ser interpelada a se fazer presente na escola não obstante dificuldades de comunicabilidade entre escola-família-sociedade.

Desta forma, é preciso que se ouça todos os envolvidos no processo educacional para que este ocorra de forma considerável em sua complexidade, dialética de recursos e pessoas em processo ativo e solidários de dialogicidade (respeito, justiça, fraternidade e compartilhamento do espaços e domínio s escolares pela busca da vida e ensino melhor para a comunidade), visto que a Ética é promoção da autonomia relativa do individuo que, em suma, constitui objetivo final da Educação de qualidade, inclusiva e democrática, tal qual a entendemos em nossa história hoje.

Texto coletivo enviado à docente e Psicóloga Daniela Cristina Zampieri

- Data: 23/03/13