O Brasil dos brasileiros
FACULDADE DON DOMÊNICO
ILTON JOSÉ DA SILVA - R. M.: 19588
Palestra: Cultura linguística popular – O Brasil do brasileiro.
Palestra de suma importância a qualquer pessoa que ambiciona conhecer o movimento da língua, enquanto organismo vivo, com seus movimentos e variações.
A sociolinguística, ciência que estuda as relações entre a linguagem, a cultura e a sociedade, expõe que toda língua varia, não podendo nunca ser proferida apenas de uma forma, pois se transforma de acordo com o tempo, as pessoas e o ambiente em que elas vivem ou convivem.
Em nosso país de dimensões continentais, seria impossível, como em qualquer outro país, independente de seu território, a padronização da língua falada, pois existem as diferenças regionais e culturais. E a cultura o que viria a ser? Segundo estudos, ela é qualquer manifestação que vivenciamos em um grupo, pois mesmo que um grupo não tenha um conhecimento normativo da língua, ele terá sua cultura regional e pessoal na maneira de se expressar, proporcionando assim a comunicação por meio da adequação linguística.
A linguagem é uma forma de comunicação que tem na adequação linguística a capacidade de se comunicar por meio de códigos, tais como:
• Visuais-ícones: banheiro, cadeirantes, aviso de não fumar;
• Linguagem verbal: oral e escrita;
• Linguagem não verbal utiliza-se de códigos que não sejam palavras: pintura, dança, mímica, placas.
Contamos também com uma grande variação linguística, que são as diferenças que uma mesma língua apresenta quando é utilizada de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas.
As diferenças linguísticas que existem nos estados, por vezes causam constrangimento, pois um mesmo alimento pode ter nomes diferentes, como é o caso da mexerica que em São Paulo chama-se assim e em outros estados pode ser chamada de bergamota, também o caso da mandioca que pode ser chamada de macaxeira e assim por diante, mostrando a arbitrariedade do signo.
Podemos notar que cada estado carrega uma cultura diferenciada na forma de falar de seus cidadãos, o que não constitui erro e sim adequação linguística.
Não podemos excluir as pessoas que falam de forma “diferente”, pois estas não tiveram a oportunidade ou o acesso à escola para aprenderem a utilização da norma culta. Também não há como determinar uma unificação entre estados para que haja uma forma uniformizada de prosódia, mesmo porque cada região tem uma cultura rica e diferenciada na maneira de falar.
Esta palestra foi proferida pelo coordenador do curso de Letras, Prof. Me. Artarxerxes Tiago Tácito Modesto, no dia 10/05/2010, no auditório da Faculdade Don Domênico.
GUARUJÁ - SP
2010