Análise de reportagens jornalísticas
FACULDADE DON DOMÊNICO
GUARUJÁ - SP
2011
ILTON JOSÉ DA SILVA - R. M.: 19588
Análise de reportagens jornalísticas dos jornais Folha de São Paulo e Agora.
Reportagem do jornal Folha de São Paulo: Aluno atira carteira em professora no interior.
Reportagem do jornal Agora: Aluno é detido após jogar carteira em professora.
Ao analisarmos a reportagem do jornal Folha de São Paulo, fica claro que o público em que se quer atingir é das classes “A e B”, uma vez que a linguagem utilizada é, em alguns pontos, mais rebuscada e formal. No entanto, há também a forma coloquial quando se diz: (...) dava aulas (...). Neste jornal, até mesmo devido ao preço, torna-se mais destinado às classes sociais com maior poder aquisitivo e maior grau de instrução, enquanto que no jornal Agora, destinado às classes de menor poder aquisitivo, “C e D”, a linguagem é mais popular, subentendendo-se assim que esta camada da população possui um menor poder de compra e menor grau de instrução.
Nestas condições, o jornal entende que deve ser redigido de forma mais simples ao alcance de seu público alvo.
Em ambas as reportagens a forma de redigir os textos contém poucas diferenças, todavia elas denotam as diferentes classes em que os jornais se propõem a atingir quando na Folha de São Paulo escreve: “Segundo a polícia, após a docente (...)” e o jornal Agora escreve: “ Segundo a polícia após a professora (...)”, bem como naquele usa-se defensor e neste advogado, denotando-se assim, a diferença entre as classes sócias que leem os jornais.
Fica extremamente explícito o público a ser atingido em ambos os jornais. Pois enquanto na Folha de São Paulo a reportagem ocupa apenas um canto da página, sendo ela quase que em sua totalidade preenchida pela propagando de uma loja e a reportagem tem letras pequenas, no Agora a reportagem ocupa cerca de um terço da página do jornal com letras garrafais e com um forte destaque para o substantivo professora, para chamar a atenção de seu público.
Os jornais lançam mão do preto e branco, talvez por entenderem que a importância da reportagem chame a atenção sem a necessidade de cores fortes.
Ainda em relação à linguagem a diferença entre os jornais chega surpreender por serem poucas, pois vemos em ambos os jornais a palavra “dava aula (...)”, o que de se estranhar no caso da Folha de São Paulo, mas normal no caso do Agora. Em contrapartida o Agora usa o adjetivo (...) incidente (...), normal à Folha de São Paulo, mas não ao Agora, pois esta palavra é muito pouco utilizada pelos leitores do Agora.
“Em depoimento à polícia (...)” e “ À polícia o rapaz confessou (...)”, nestes dois fragmentos podemos notar que no primeiro o Agora utilizou bem o uso da crase, porém utilizou uma forma mais completa para que facilitasse a compreensão do seu público. Enquanto a Folha de São Paulo inicia com o a craseado porque subtende que as classes possuem conhecimentos diferenciados de compreensão do texto.
As manchetes de ambos os jornais condizem com suas matérias o que é um ponto a favor deles. Nestas reportagens não vimos dificuldades na compreensão das matérias, apesar das diferenças das classes que os compram, elas foram redigidas de forma simples e esclarecedoras.
No Jornal Folha de São Paulo há a indicação da repórter responsável pela matéria, Natália Cancian, já no jornal Agora há apenas entre parênteses FSP, dando a entende que a reportagem foi retirada da Folha de São Paulo.
Este trabalho foi elaborado por meio das reportagens retiradas do jornal Agora, página 4 – Quinta-feira, dia 17/03/2011 e do jornal Folha de São Paulo da página C7 na mesma data. Sob orientação da Profª Ma. Cláudia Gomes, da disciplina de Sociolinguística e interação. do cursa de Letras.