“A Matter of Life and Death”, o novo disco do Iron Maiden

O recém lançado “A Matter of Life and Death”, 14º álbum do grupo inglês Iron Maiden, já causa polêmica entre os fãs. De um lado, os conservadores da “escola oitentista”, que defendem com toda nostalgia o som da New Wave Of British Heavy Metal daquela época, em que o Iron figurava entre os maiores nomes do estilo. Do outro lado, os novos fãs da música pesada, surgidos na era do MP3 e do Download, que idolatram o New Metal e o novíssimo Emo Core. Em ambos os casos, a atual fase da banda dá o que falar. Enquanto uns idolatram o passado, outros o repudiam e todos parecem não aceitar a evolução sonora do disco em questão.

O fato marcante é que “A Matter” é a evolução de um trabalho iniciado nos discos anteriores (Brave New World e Dance of Death) calcado no Heavy Metal Progressivo, com músicas extensas, bem como densas e, em alguns casos, pouco acessíveis para o ouvinte mais desatento. Trata-se também, da consagração dessas novas diretrizes da banda, já que a química do Maiden é perfeita ao incorporar o Progressivo ao Heavy Metal tradicional e competente que sempre praticou.

Sem ser um disco conceitual, mas abordando temas atuais e relacionados entre si, a guerra, o fanatismo religioso e a Bomba Atômica, eis que entre suas faixas, destaques como “These Colours Don´t Run” e “Brighter Than a thousand Suns”, esta que vai além dos oito minutos, dão logo nos primeiros momentos de audição o cartão de visitas da banda: Heavy Metal Progressivo de primeira linha, com a sua marca registrada, ou seja virtuosismo. Mas é com o Clássico, algumas músicas já nascem assim, “Reincarnation of Benjamin Breeg” que o Maiden atinge o seu ápice. Ela é um Single, um Clipe, um mistério, quem é Benjamim? E, finalmente, um elo, onde ouvimos a fusão do Iron Maiden dos anos 80 com a sua atual evolução sonora do progressivo, além de ser também o melhor momento do disco.

Em linhas gerais, o que o verdadeiro fã da banda irá encontrar é um CD completo, onde todas as músicas são excelentes, como a muito tempo Steve Haris e cia não faziam, e um retorno á idolatria do “maidenmaníaco” que novamente se devota à paixão pelo Heavy Metal do grupo. Já para os que ainda não se identificam muito com o estilo, mas apreciam a boa música e têm a mente aberta, estarão diante de uma obra em que o virtuosismo instrumental e o carisma do cantor Bruce Dickinson são notáveis. É aplaudir ou vaiar, como deve ser feito diante de toda obra de arte!

G Matos
Enviado por G Matos em 28/08/2006
Reeditado em 11/09/2006
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