Último Poema
Soou como um triunfo no mar.
As águas eram gélidas,
e os ventos quentes.
Estavam perto,
mas longe de mais
para ouvir o cair de uma lágrima.
O poema soou desta vez,
pequeno, sem versos, sem versar.
A tristeza em suma imensidão,
cobria as águas,
mas não deixava, não hesitava...
era o soar do último poema.
Sentia-se triste, deslocado, submerso, desajeitado.
Era o adeus para o sonho de ser poeta.
Tudo estava parado,
como um mar depois de uma maré tenebrosa.
Lágrimas de dor ecoavam o ar,
a solidão era plena, afetiva, carinhosa,
que não via... não temia por ela chegar.
Só sabia, só entendia...
que eram os últimos versos,
que teu sepulcro se faria na calada da noite.
Que teus sonhos já fora adormecidos.
O poema ganhou vida no infinito.
E o infinito desta vez...
Teve um final.
O que seria agora do poema?
Nem rastros, nem lembranças ou cheiro.
O poema virou pó.
Esquecido nos mares do passado.
Quem pode se lembrar de algo que nunca existiu?
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Publicado nos livros:
2012- Infinito- O Último Livro de um Poeta Romântico (Fábio Aiolfi)
2012- Destaques na Poesia em 2012 - Vol. II