Jhonny

O despertador tocou, acorda Jhonny de novo.

A rotina de sempre, ele olha pra janela e vê como tá o tempo.

O sol tímido atrás das nuvens o anima:

-Oba! Hoje não vou torrar!

Ele vai na cozinha e prepara um café preto, Jhonny tem pressa.

Olhando seu cachorro Bilu, ele fica feliz e coloca sua água e ração.

Jhonny toma o café, e toma um banho, veste as roupas, pega as coisas e sai.

Ele mora no subúrbio da cidade no Rio de Janeiro, pega dois metrôs lotados antes do ônibus sujo.

Trabalha de segurança num shopping na zona Sul, onde tem muitos bacanas, e muito preconceito.

Jhonny é negro, e sente na pele as dificuldades da vida desde criança.

Neste fatídico dia, tudo parecia tranquilo, ele fazia sua ronda de rotina, mas de repente ouviu estrondos, vindos do hall central.

Ele saiu correndo com o susto pra ver o que aconteceu, e chegando lá, é rendido por bandidos fortemente armados que assaltavam uma joalheria.

Sem saídas Jhonny tem sua arma tirada e é jogado no chão.

Todo mundo vê, perplexo tudo aquilo.

Os bandidos pegam tudo o que podem e fogem.

Aí começa o pesadelo de Jhonny.

Depois do assalto surge a polícia, que vem investigar o caso, e ao ver Jhonny, um capitão já o vê diferente.

E o indagando, logo levanta suspeitas sobre ele:

-Rapaz como não impediu a ação? Como não acionou reforço e a polícia?

Jhonny nervoso não consegue nem falar.

E então os policiais o levam a delegacia, e chamam testemunhas.

Jhonny está tenso, e não sabe como agir.

O capitão o interroga e chama uma testemunha, uma senhora dona da loja que ao ver Jhonny logo o acusa:

-Sim, ele estava no grupo, deu cobertura e ajudou os comparças! diz ela com um olhar de ódio.

Jhonny é preso em flagrante, e injustamente.

Um grande mal entendido, o colocam como comparsa só por causa da sua cor e posição social.

Condenado, pela sociedade, ele mora hoje no Presídio Bangú 1.

( Essa é uma estória fictícia sem qualquer nome ou fatos reais, mas pode ser um acontecimento cotidiano no Brasil, em que o preconceito torna pessoas dignas vítimas da sociedade pela sua, cor ou origem, e é um alerta pra todos)