O paradigma moral do veganismo
A luta pela justiça social tem suas bases nas verdades existenciais, diga-se, nas mais importantes e derradeiras de todas as verdades, de que somos todos iguais, em essência, por sermos seres humanos, finitos, frágeis e mínimos, rente à imensidão do espaço e da implacabilidade do tempo. E que, portanto, não haveria mais razão para opressão, desigualdades e/ou discórdias entre nós e sim para união e fraternidade, de que precisamos aprender a suportar o absurdo de existir, juntos. Pois o veganismo se baseia na lógica expansão da justiça social, ou existencial, também para os animais, especialmente os de convívio próximo, se somos, primeiro de tudo, seres vivos. Porque, a partir da conscientização dessas verdades ou perspectivas verdadeiras, passamos a considerá-los como iguais em condição elementar de existência: plenamente capazes de sentir prazer, dor, expressar emoções e que, assim como nós, só querem viver. No entanto, em relação à maneira de como a espécie humana tem evoluído e se adaptado, o onivorismo (no máximo, o vegetarianismo) ainda é a dieta mais recomendada para que consigamos manter uma boa saúde, ao menos de acordo com os resultados de vários estudos e que, talvez, precisariam ser mais aprofundados. De qualquer modo, a própria dieta vegana necessita de compensações artificiais para não resultar em deficiência proteica...
Portanto, em termos morais e, eu diria também, filosóficos, não é complexo chegarmos à conclusão de que, a melhor alternativa, a partir da conscientização dessas verdades (existenciais, que são as mais importantes), é a de abdicarmos do consumo de alimentos e outros produtos de origem animal o máximo que conseguirmos. No entanto, reside aí o paradigma de como fazê-lo sem sacrificar nosso próprio e básico bem estar, que começa pela saúde, bem como o bem estar dos demais seres humanos, especialmente os que merecerem uma maior preocupação.