Ainda sobre a terceirização da autoestima

É o mesmo que fragmentar a autoimagem vinculando-a a objetos abstratos ou concretos e estabelecendo uma relação de dependência emocional com eles.

Então, eu penso na existência de dois e, não apenas de um tipo de baixa autoestima: a explícita e a implícita ou disfarçada.

A explícita, que é mais fácil de ser percebida, principia-se evidentemente pela terceirização da autoimagem do sujeito, que resulta numa internalização de inferioridade, provavelmente por vincular-se a "objetos" que o desfavorece mas, primeiro de tudo, pelo simples ato de fazê-lo.

Já a implícita ou disfarçada é quando essa terceirização da autoestima tem como finalidade inflar artificialmente a autoimagem. Assim, por exemplo, um indivíduo classicamente racista ou supremacista (de qualquer raça, mas especialmente a caucasiana) vincula sua autoestima à sua raça ao invés de cultivá-la em sua integridade, isto é, em si mesmo.

[Ainda haveria um orgulho racial (ou de qualquer outro tipo) saudável, pois é possível ter orgulho, vinculado a outros objetos, sem que isso transborde como autoprojeção agressiva ao outro. Por exemplo, você pode gostar dos seus olhos azuis sem que isso implique em insultos a quem tem olhos castanhos.]

Também é importante ressaltar que, se para nós, seres humanos, existe uma grande necessidade de distração quanto à percepção da passagem do tempo, a vaidade tem tido um papel muito importante para preencher essa lacuna, pois se alienar em relação ao que mais importa na vida, para muitos, parece ter um efeito positivo à sua saúde mental (mas não em relação à sua saúde intelectual, é claro).

Mais um Thiago
Enviado por Mais um Thiago em 17/02/2021
Reeditado em 26/09/2022
Código do texto: T7186390
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