LEMBRANÇA DE UM AMOR MORTO

Não importam os tropeços da vida, os desenganos contínuos do amor, as

ilusões e o despertar brutal dos nossos sonhos. Não importam os espinhos

do caminho, nem a maldade daqueles a quem julgávamos amar. A vida é

uma sequência de alegrias e tristezas, de prazeres e desenganos, de amo-

res e frustrações. Já não importa a campa fria, onde enterrei o nosso amor

e não importa a imensa saudade que vive a machucar o meu peito. Já não

me faz chorar a lembrança do passado. Talvez, julguei mesmo, que o meu

cérebro já é um túmulo de loucura. Saiba, pois, que te enganas. Sei tudo o

que falo, assim como sinto o que faço, mas já nada disso me importa por-

que estou inteiro morto, mesmo que continue assim a fingir-me vivo.

Meu coração só palpita mas não sofre, nem espera, ele está inerte a to-

dos os sentimentos, já não sabe amar nem odiar, é como um sacrário va-

zio onde só há beleza mas que passa de um ornamento qualquer. Já não

lastimo os mortos e nem sofro a dor daqueles que nos cercam porque um

morto é apenas um morto. Á espera apenas de uma prece e um último

ADEUS !...

-o-o-o-o-o-

B.Hte., 04/09/20

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 04/09/2020
Código do texto: T7054536
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