Intelectocracia

Muitos acreditam que a democracia é o melhor sistema político já inventado pelo ser humano, e eu não discordo totalmente. Mas, todo regime democrático parte da ideia de que a "opinião da maioria" deve prevalecer, mesmo quando se sobrepõe ao bom senso.

Por isso, decidi pensar em um sistema político/ideológico que supere as vulnerabilidades da democracia.

Para começar, faço uma pergunta fundamental e básica:

O que seria ideal para o governo de qualquer país?

Resposta: que os mais capacitados ou inteligentes o governassem, ou uma Intelectocracia, em que os escolhidos para pertencer à classe política precisam apresentar qualidades intelectuais e morais/racionais (por vocação), independente de classe social e raça, mas, não tanto em relação à crença religiosa, se a mesma indica uma tendência para menor capacidade intelectual.

Crentes excepcionalmente ponderados poderiam ser tolerados, levando-se em conta sua predominância demográfica até à atualidade.

De qualquer maneira, em uma sociedade intelectocrática, mitologias jamais teriam o mesmo espaço de poder e influência que ocupam nos sistemas políticos vigentes.

Ah, e nada de "ditadura do MENSA", se a inteligência não é apenas aquilo que os testes de QI vagamente mensuram, se para a excelência na governança, há de se estar provido de sabedoria, que é o ideal de qualidade da inteligência humana.

A intelectocracia ainda seria uma forma de democracia ou mesmo, talvez, a sua expressão mais ideal, porque seria governada pelos melhores representantes do povo e não como tradicionalmente acontece, pela (suposta) escolha direta (e aleatória em qualidade) por parte dos eleitores. Isso não significa que o povo não participaria das decisões, só que, não teria tanto poder em momentos importantes, partindo do fato que, nas democracias representativas no mundo ocidental são as oligarquias empoderadas pelo dinheiro que dominam a política, cabendo ao povo participação pontual, breve e manipulada, justamente por essas forças dominantes; esboço ou teatro de governo popular.

Fim das desigualdades sociais absurdas e de uma sociedade pautada no lucro (fim da idiocracia)

Ao invés de se centralizar no lucro de uma minoria, uma sociedade intelectocrática se comprometeria com o que, de fato, importa à nossa espécie: nossa adaptação maximizada, marcada pela harmonia social (redução significativa de conflitos/sofrimentos humanos) e também em sua interação com o meio ambiente/com as outras espécies; sua evolução cultural e biológica, em ritmo ponderado, porém, constante.

A existência de indivíduos de má índole e seu caráter predominantemente intrínseco, sem sombra de dúvidas que é uma, se não a principal fonte de discórdia e sofrimento entre nós, especialmente quando este tipo abunda ou mesmo caracteriza as elites, isto é, quem manda ou governa nações e decide seus destinos. Criar mecanismos que os impeçam de ocupar qualquer cargo de poder bem como de pensar seriamente em isolá-los do convívio social (e até mesmo de eliminar suas linhagens polimórficas), seriam uma das medidas mais importantes para transformar a idiocracia em que vivemos em uma intelectocracia, em uma sociedade decididamente regida pela inteligência.

Evidente que também não perderia de vista a estupidez humana.

O trabalho de nos livrar do empoderamento histórico e atual de torpes e ''idiotas'' seria ou será árduo, já que labirintos de alienação e divisionismos estão muito enraizados, se remontam desde os primórdios das sociedades humanas.

Imaginem um mundo em que populistas/fascistas de direita, stalinistas/fascistas de esquerda, lacradores e empresários "de bem" ou capitalistas irrecuperáveis jamais pudessem exercer qualquer cargo político por básica falta de capacidade, intelectual e moral/racional??

Esses seres que, atualmente, desgovernam países, como os EUA (trump), Hungria (orban), Brasil (bozo), Venezuela (maduro).., não teriam qualquer chance de sequer se aproximar da política (isso, na primeira etapa de um regime intelectocrático...).