A VERDADEIRA MÁSCARA

Hoje eu tive um sonho... mas era tão semelhante a um pesadelo que seria capaz de transformar nosso lindo planeta azul em um tom bem mais acinzentado, revelando desespero e escuridão em cada um dos seus distintos continentes .

Eu me sentia paralisada e envolvida pelas notícias na televisão e pelas redes sociais.Logo compreendi então que tratava-se de uma pandemia, provavelmente vinda da China ,mas que já se espalhara pelo resto do mundo. A partir daí então começara um isolamento parcial entre as pessoas,redução ou fechamento do comercio , das escolas, dos transportes coletivos e etc.

A parte mais nítida do meu sonho era também a mais dolorosa , no meu ponto de vista, pois era evidente que familiares que nao tinham um convívio diário precisavam manter uma longa distância uns dos outros, como por exemplo as crianças e seus avós. Encontros, Beijos e abraços já estavam fora de questão e, quem amava realmente ao próximo entregava-se aquele sacrifício, um mal necessário para garantir a proteção da humanidade contra um certo vírus, chamado Coronavirus, que causava a doença COVID 19 .

Continuei ainda mais perplexa quando percebi que as ruas estavam praticamente desertas e o sorriso das pessoas estava totalmente escondido, alem de substituído por um novo acessório chamado " máscara", que passaria a ser o símbolo daquele cenário de horror, denunciando completamente o olhar apreensivo e obscuro de cada ser humano.

O número de suspeitas e mortes pela doença cresia assustadoramente, entretanto um pequeno detalhe fazia-se notório: As máscaras personalizadas com uma grande variedade de co

res e estampas eram exibidas naqueles rostos carregados pelo pavor, onde misturavam-se saliva, suor e lágrimas.

Permanecendo imóvel ainda perante aquele turbilhão de atos tão mórbidos e surreais ,cheguei à uma conclusão aparentemente contraditória: As palavras Distante e Próximo , que tinham sentidos contrários agora passariam a ser sinônimas, pous apesar da distância física nossos corações estavam ainda mais unidos,vítimas dos gritos abafados e ansiosos pelo termino daquela "Ditadura Patológica", que parecia não ter mais fim.

Dei dois passos e senti o vento cortar o meu rosto, sendo abordada por uma breve nostalgia, como se passado , presente e futuro se reduzissem a um só tempo através de algumas cenas curiosas: crianças pulando amarelinha , fazendo o jogo da velha, adultos recordando canções antigas e as redes sociais representando como nunca o avanço da tecnologia.

Acordei atordoada....ainda bastante confusa, mas escutei barulho de carros, gritos de crianças, enfim....movimentos de rotina. levantei-me lentamente da cama, fui até a janela....mas me surpreendi, pois não havia simplesmente ninguém de máscara e a aglomeração se mantinha como antes. continuei a observar os gestos de cada um que passava e a sequência de fatos era perfeitamente normal, diante dos meus olhos. Passei lentamente o dedo no vidro da janela e suspirei aliviada, pois tudo tinha sido um sonho terrível.já imaginou se fosse verdade um absurdo desses?

ROZIANE COSTODIO
Enviado por ROZIANE COSTODIO em 19/06/2020
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