ACREDITAR OU SABER
Em maior parte do sistema educacional, sobretudo nas universidades, o quê predomina é o pensamento absolutista e dogmático. Em sentido que, as verdades expressas não demonstram suas fórmulas constituintes relativas à forma em que são expressas formatando-as e possibilitando a sua classificação em realidade; verdade; ou ilusão.
O sistema é configurado de maneira tal que, o indivíduo, dificilmente, desenvolverá um pensamento analítico, fundamental ao saber. Forma-se uma massa de crentes.
A ausência de pensamento analítico é o construto que baseia o sistema em vigor: um sistema de crenças. Este está posto desde há muito; e sofisticou-se no correr dos séculos. Tamanha sofisticação fez com que o indivíduo acreditasse, absolutamente que sabe, pensa e é livre.
“Não há maior escravo do que aquele que acredita ser livre”. – Goethe
A condição primeira para a crença é a ignorância. Se o indivíduo não sabe, logo crê. Se sabe, não há crença, há ciência.
Se o Dr. especialista em tal assunto afirmou, então é verdade. Cresse.
Para o saber é necessário considerar e ponderar grande parte, senão todos, os aspectos que constituem a afirmação; seus pressupostos; conceitos; formar uma análise objetiva; comparar; deduzir; contrapor idéias. Enfim, pensar.
É mais comodo crer. E ao crer, pura e simplesmente, grande parte daquilo que o identifica; que se pensa ser; que o torna singular, vai ficando, ora de lado, ora para trás. Comprando opiniões prontas; conceitos enlatados... até que, em determinado momento não se sabe mais quem ou o quê se é. Perde-se a identidade, ou ainda, descobre-se que nunca a teve.
Inicia-se o desenvolvimento de distúrbios e transtornos; patologias psíquicas; o adoecimento da psiquê até atingir a estrutura orgânica do ser.
A negação do Eu, por longo período, degenera-o.
O dogma decompõe o Eu.