Negação da ciência

Historicamente, a ciência tem contribuído para o desenvolvimento da humanidade. Durante a segunda guerra mundial, por exemplo, o desenvolvimento da Penicilina possibilitou salvar-se a vida de milhares de pessoas. No entanto, há atualmente um movimento de negação à ciência, o qual subsiste principalmente por atender a interesses individuais bem como devido à falta de investimentos nessa área pelo poder público.

Segundo o autor Skinner, a ciência é uma disposição de aceitar os fatos mesmo sendo eles opostos aos desejos. Todavia, o descrédito à ciência é, muitas vezes, usado para se atender interesses individuais ou de determinados grupos sociais. Isso é evidenciado, por exemplo, pela indústria do tabaco a qual procurou por décadas desacreditar pesquisas científicas acerca da conexão entre o fumo e diversos malefícios à saúde com o intuito de continuar lucrando com o produto.

Além disso, a ausência de investimento em ciência e pesquisa e a falta de políticas públicas para essas áreas contribuem para o movimento de negação à ciência. Isso é visível nos recentes cortes de orçamento das instituições de fomento à pesquisa no Brasil - Universidades e Institutos Federais. Ademais, o descrédito acerca da existência de problemas ambientais ou no poder de imunização das vacinas, por exemplo, pode fazer com que não se invista em programas e políticas públicas, pondo em risco a sociedade.

É evidente, portanto, que a negação à ciência visa a atender anseios individuais em detrimento dos coletivos. Diante disso, tendo em vista que, segundo o sociólogo Gilberto Freyre, o saber sem um fim social é a maior das futilidades, as mídias e as redes sociais podem veicular conteúdos científicos a fim de conscientizar a sociedade acerca da importância da ciência. Ademais, o Estado pode investir uma parcela do que é arrecadado com os impostos nas instituições e universidades de pesquisa bem como à fomentação de produção científica nas escolas públicas.