Internet: solução ou pesadelo?

Conforme o filósofo Michel Foucault, as luzes que criam a liberdade são as mesmas que trazem as sombras da obediência. De modo semelhante, pode-se relacionar as duas faces opostas que o meio digital proporciona, cuja distinção acentuou-se no decorrer das últimas décadas, com o advento da Terceira Revolução Tecnológica e refletiu nas diversas vertentes sociais, entre elas, destaca-se a educação da geração mais recente, que passou a ser sinônimo de desafio, tendo em vista os perigos que se manifestam pelo comportamento indevido no mundo virtual.

Estudos realizados pelo Comitê Gestor da Internet evidenciam que o número de crianças e adolescentes que acessam a internet através de dispositivos móveis sem supervisão, avolumou-se entre 2002 e 2018. Dados da investigação apontam também que um percentual de 79% dos jovens possui um perfil em ao menos uma rede social. A facilidade de acesso tornou nítida a importância do papel de instrução e orientação efetivados pelos pais. Observa-se que um dos maiores obstáculos que permeia a educação parental é alcançar um equilíbrio entre o controle da família e a assimilação de uma postura não-invasiva pelas crianças e jovens, caso contrário, um efeito indesejado que pode ser suscitado é a superproteção.

A infância e a adolescência são marcadas por processos de solidificação de identidade, entretanto, as influências do excesso de informação e contato direto com os meios eletrônicos, como a publicação de informações privadas, a exposição aos assédios virtuais por meio do "grooming" e o exercício do "sexting" cada vez mais comum na contemporaneidade, apresentam-se como nocivas à formação do indivíduo e à sua respectiva saúde psicológica.

Diante dos riscos oferecidos àqueles que já nasceram cercados pelas possibilidades da Era Digital, é fundamental que as mídias, com o apoio do Governo Federal, disponibilizem aplicativos de controle e reavaliem os que estão em vigor, como o software Total Protection, visando assim um maior suporte aos pais e educadores, além da conscientização em prol da cybersegurança, que deve ser promovida por meio de diálogos e mobilizações nas esferas familiar e escolar, com a parceria do ECA (Estatuto da criança e do adolescente), objetivando deste modo, a preservação da individualidade e o bem-estar social de todos.

Flora Fernweh
Enviado por Flora Fernweh em 05/03/2020
Reeditado em 30/10/2021
Código do texto: T6881103
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