E Hoje?
E hoje?
A cada instante que passa sei que minha história vai passando de forma a tantas lembranças da inocência que vai com a cronologia que avança dando um ar de saudades, mas o mais bonito é que a mesma corologia que nos proporciona tantas memórias ao mesmo tempo que vem debilitado fisicamente cada ser, a saudade que vem e nossos anseios nos leva de volta a origem.
Ainda me lembro da casa onde chegamos a conviver sete, espaço não era o mais sofisticado, os móveis também não eram de luxo, caixotes de armazém eram usados como guarda roupas, a trança da porta da cozinha era uma colher de ferro. Bebíamos água da cisterna, nossas roupas eram lavadas na boca de uma nascente próxima ao rio, viajávamos no vagão econômico da Maria fumaça.
Acampar aos fins de semana eram comuns e emocionantes, buscar lenha na garupa da bicicleta, pescar.
Nossa igreja era parte da casa por assim dizer, pois era o segundo lugar que mais frequentávamos, conferências da SSVP eram sinal de amor e humanidade.
O pároco, parte da família que sempre nos ajudava.
Refrigerante era só festas, buscar gelo na casa do vizinho era comum, receber os amigos na porta de casa para brincar na rua enquanto os pais estavam vendo o noticiário que passava depois dos desenhos e antes da novela era uma farra diária.
Nossas ruas a noite eram escuras pois a iluminação urbana era feita com pequenas lâmpadas incandescentes colocadas em postes de aroeira.
Brincávamos de riba bandeiras, queimada , pique, esconde, esconde. Podíamos nadar no Rio.
Apanhávamos de chinelo, conta, ficávamos de castigo, levávamos cada puxão de orelha de nossos país, professores, dos mais velhos e não crescemos traumatizados; isso só gerava respeito, educação, decência, moral, disciplina. Em resumo gerava pessoas que mesmo pobres de caráter bem formado, honradas, honestas e de bem.
Existiam com hoje as mazelas e incisivas do mal, mas elas respeitavam os como pessoas e o sagrado era cultuado, exaltado, parte do cotidiano.
Família era um porto seguro, um teto, carinho e sustento. Sabíamos que pai era pai e mãe era mãe, seres unidos em um ser só no amor de Deus, que do seu jeito faziam de tudo em nós tornar gente.
Deus acima de tudo das as datas santas faziam. Parte de nossa vida, do nosso emocional, com pouca teologia ou filosofia Deus acontecia no dia a dia.
Natal era um momento em que quase podíamos sentir o cheiro do presépio em nossa casa e nossas igrejas, o presente maior era a casa cheia e feliz, o tríduo pascal não terminava em chocolates, a presença do ressuscitado depois de meditarmos seu amor e sua entrega na cruz nos tornava mais família e dava uma nova essência a simplicidade do viver.
Fomos crianças, jovens e nos tornamos adultos sem a presença de tanta distração como Televisão, computador, Internet, celular e um novo tipo de droga que nasce a cada instante.
Casamentos nasciam pelo prazer de estar juntos diálogo, oração, comunhão e partilha de vida alimentavam todo relacionamentos. O prazer vinha da convivência que levava o ser humano a si tornar membro integrante família, da comunidade, da igreja, a sexualidade era bem vivida e o sexo era apenas complemento do ser humano que verdadeiramente vivia o amor.
O mundo não era globalizado e a comunicação era mais lenta, existia cartaz, cartões de Natal, álbuns de foto em papel que nos fazia sentir a emoção de estarmos vivos e fazer parte do mundo. Menino era menino e brincava de carrinho, menina era menina e brincava de boneca, mas, sempre felizes em ter colo de Pai e mãe, de correr descalço pelo quintal de nadar pelado no riacho pois existia inocência o jardim do Hedem era vivido.
Sabíamos a noite para rezar o terço em casas de família, celebrar a palavra de Deus em cultos, campanha da fraternidade ou de Natal que sempre terminavam num café simples, naquela caneca esmaltada.
Nossas Capela se erguiam em digestórias, nossas vidas se encontravam nas novenas e festa. Nossos Santos padroeiros eram festejados e tudo e todos se uniam no altar da eucaristia.
O mundo ajudava a criar a nossa história, sentisse que éramos pessoas e não peças sexuais comercializáveis.
Não haviam tantas doenças, como câncer, HIV e tantas coisas novas
Vivíamos bem e com Deus.
Não tenho inveja de hoje em dia, aliás o que tenho maior hoje e o medo dos que se dizem humanos evoluídos, da nova era.
O que me resta é apenas gritar:
Todos os anjos, arcanjos, Santos, santas, beatos e beatas de Deus!
Intercedam por nós, orientais nosso viver e defendemos no combate.
Amém.
Eduardo Batista Silva.